© Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados/Divulgação
Hussein Kalout, secretário especial de assuntos estratégicos da Presidência, deveria embarcar em voo da American Airlines, na última segunda-feira (21), com destino a Nova York, nos Estados Unidos, onde participaria de eventos diplomáticos.
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No entanto, mesmo após ter passado pelos procedimentos de segurança, ainda no saguão do aeroporto, em Brasília, ele foi convidado a se retirar da fila, quando estava prestes a entrar na aeronave.
A empresa aérea alegou que o secretário especial precisava passar por mais uma revista, de acordo com as normas do governo americano.
"Fui a única pessoa a ser retirada da fila, quase entrando no avião, porque meu nome é árabe. Está evidente que foi racismo", disse Kalout à Folha de S. Paulo.
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Ele também destacou que já havia passado por esse tipo de situação, mas apenas quando desembarcava em solo americano e antes de se tornar integrante do governo.
"Não estou pedindo tratamento VIP, só não quero ser humilhado. É aceitável uma autoridade do governo brasileiro ser submetida a um constrangimento dentro do aeroporto de Brasília, por regras do governo americano?", disse. "Eu já tinha passado pelo raio-X, já tinham vistoriado minha mala de mão, por que me tirar da fila para uma inspeção especial?".
Hussein Kalout desistiu de embarcar e cancelou todos os compromissos oficiais que teria nos Estados Unidos. O secretário especial disse que, após o ocorrido, o número dois da embaixada americana nos EUA, William W. Popp, pediu desculpas e lamentou o ocorrido.
Já a Embaixada dos EUA em Brasília não quis comentar o assunto. O Ministério das Relações Exteriores também afirmou que não irá se pronunciar.
A American Airlines, por sua vez, afirmou que apenas segue as regras de inspeção da Transportation Security Administration (TSA), a agência do governo dos Estados Unidos que cuida da segurança em aeroportos.