Sem o Escobar de Wagner Moura, o que esperar do 3º ano de 'Narcos'

Episódios já estão disponíveis na Netflix

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Cultura crítica 02/09/17 POR Raquel Lima


Um dos provérbios que podem ser relacionados à terceira temporada de "Narcos", disponível a partir desta sexta-feira (1º), na Netflix, é: "a pressa é mãe da imperfeição". A crônica policial sobre os cartéis de cocaína colombianos começa devagar. Não apenas pela falta de Wagner Moura - intérprete de um Pablo Escobar tão intrigante a ponto de alçá-lo às disputadas poltronas de programas de entrevistas, nos Estados Unidos, e a uma indicação ao Globo de Ouro. Boyd Holbrook, que deu vida ao agente Steve Murphy, do Departamento Anti-Drogas Norte-americano (DEA), e narrador dos 20 primeiros episódios, também saiu dos créditos.

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"Quando se corta a cabeça de uma serpente, nascem outras três", como citou, em entrevistas recentes, Pedro Pascal, o agente Javier Peña. O ator chileno, famoso pela meteórica interpretação de Oberyn Martell, em "Game of Thrones" (HBO), antecipa que a empreitada de expor as camadas do narcotráfico ficou mais complexa depois de duas temporadas - que tiveram importantes nomes do cinema brasileiro envolvidos: José Padilha ("Tropa de Elite"), Fernando Coimbra ("O lobo atrás da porta"). Aliás, será de Peña a responsabilidade de assumir a narração e apresentação do elenco, que cresceu e, com o devido tempo, vai aparecer.

Como "vício não castigado, cresce ilimitado", o trono de Escobar como principal fornecedor de cocaína aos Estados Unidos é rapidamente tomado pelo já conhecido Gilberto Rodriguez (Damian Alcazar), líder do Cartel de Cali. Ao lado dele, levando 30 toneladas de pó ao mês para Nova York: Miguel Rodriguez (Francisco Denis), Pacho Herrera (Alberto Ammann), que suja as mãos nos casos mais importantes, e Chepe Santacruz (Pepe Rapazote), braço-direito radicado na Big Apple. Franklin Jurado (Miguel Angel Silvestre) entra em cena como o homem que lava o dinheiro dos Rodriguez.

Enquanto informações históricas ganham recheio de ficção, "Narcos" aposta que "o diabo mora nos detalhes". A série criada por Carlo Bernard e Chris Brancato continua a colocar fichas no poder de sedução dos arcos paralelos e a trama segue focada em atores. Fato que é muito bem representado, agora, por Jorge Salcedo. O chefe da segurança do cartel, vivido por Matias Varela, é ferramenta para questionar limites morais e éticos. Tanto quanto os dois agentes novatos que trabalham sob as asas de Peña: Chris Feistl (Michael Stahl-David) e Daniel Van Ness (Matt Whelan).

O papel de Peña não é fácil, mas "não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colmeia por medo das picadas das abelha". A trama recomeça logo após a morte de Escobar. Em casa, no Texas, o agente que derrubou o Cartel de Medellín é celebrado como herói. Na Colômbia, lembrado como quem negociou com o controverso grupo "Los Pepes", ele enfrenta a CIA, representada pelo agente Stechner (Eric Lange). É um jogo intrincado, no qual o "galã do DEA" está constantemente em xeque e a Agência de Inteligência prefere dólares (vindos de uma negociação direta de rendição com os "empresários do crime") à "Justiça". As críticas, como visto antes, não se resumem ao modus operandi dos agentes norte-americanos, mas também à corrupção de policiais e autoridades colombianas.

Como em qualquer partida de xadrez, no entanto, o tabuleiro muda. No mais, "Narcos" continua absoluta em opor realidade e ficção, imagens de arquivo com encenação, violência e compaixão. Tecnicamente, câmeras em movimento, com closes dramáticos e ainda grandes tomadas com pegada de comercial turístico. A direção dos dois primeiros episódios é de Andi Baiz - o mesmo que assina "Al fin cayó", capítulo claustrofóbico sobre o cerco e a morte de Escobar. Ao final dos 10 novos episódios, "Narcos" deverá comprovar mais um ditado: "o sucesso é uma consequência e não um objetivo".

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