© Adriano Machado/Reuters
A JBS enviou nesta terça-feira (19) carta ao BNDES ameaçando processar o presidente do banco, Paulo Rabello de Castro, por declarações feitas à imprensa. Na carta, a companhia afirma que "avaliará os fatos, sendo este o caso, tomará as medidas legais necessárias à proteção de seus direitos e de seus acionistas".
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A JBS se queixa das entrevistas "irrefletidas e precipitadas" do presidente do BNDES sobre a eleição de José Batista Sobrinho para a diretoria-executiva, após a prisão de seu filho Wesley Batista, que comandava a empresa de alimentos.
Segundo a empresa, as críticas provocaram queda no valor das ações da JBS. Os papéis recuaram 3,95% na segunda-feira (18) e 0,95% nesta terça-feira (19).
Batista Sobrinho foi aprovado por unanimidade no conselho de administração, inclusive pela representante do BNDES, a advogada Claudia Santos, em reunião de emergência no sábado (16).
À Folha de S.Paulo Rabello de Castro disse no domingo (17) que Santos tinha votado de forma "autônoma", "sem consultar o comando do banco" e que a reunião teria ocorrido na "calada da noite". "Além da gravidade do conteúdo das afirmações -invalidade jurídica da reunião, pressão à conselheira, entre outras, houve abuso de adjetivos inadequados, como calada da noite, hora de programa humorístico, malandragem, anão em governança, entre outros", diz a JBS.
Segundo o documento, as declarações violaram a lei das companhias abertas, que determina que todos os acionistas devem agir no interesse da companhia, e podem configurar também manipulação do mercado, porque ocorreram durante o pregão.
Segundo assessores da JBS, a companhia ainda não tomou a decisão de processar o banco de fomento (que tem 21% das ações da companhia) e o objetivo da carta é avisar Rabello de Castro de que esse comportamento não será tolerado.Procurado, o BNDES informou que "não recebeu essa carta até o presente momento" e que seu presidente "encontra-se em viagem oficial aos Estados Unidos".