Declarações de Maia sobre governo deixam Temer irritado, dizem aliados

Apesar no mal-estar gerado após entrevista concedida pelo presidente da Câmara, na última semana, ordem no Planalto é não repercutir o assunto, para não aumentar o desgaste entre o PMDB e o DEM, às vésperas de votação de denúncia

© Beto Barata/PR

Política Insatisfação 02/10/17 POR Notícias Ao Minuto

A entrevista concedida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao jornal "Valor Econômico", na última semana, em que deu fortes declarações sobre o governo, deixou o presidente Michel Temer bastante contrariado, conforme interlocutores ouvidos em Brasília.

PUB

Apesar do desconforto gerado, a ordem no Planalto, de acordo com informações do colunista Gerson Camarotti, do portal G1, foi e continua sendo não repercutir o assunto.

Quando da entrevista, Maia voltou falar sobre o apoio dado a Michel Temer, quando da primeira denúncia contra o presidente, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, em junho último.

À época, o peemedebista foi acusado de corrupção passiva e conseguiu barrar a denúncia, durante votação no plenário da Câmara. Com isso, o processo foi arquivo e só poderá ter prosseguimento quando o mandato de Temer acabar.

"Vou dizer claramente, sem nenhuma vaidade: se eu tivesse deixado o DEM sair (do governo) com o PSDB, o Michel tinha caído", afirmou Maia, em material divulgado na sexta-feira (29).

+ Defesa de Temer deve ser apresentada na CCJ na quarta-feira

As declarações ocorreram às vésperas da segunda votação de processo contra o presidente, dessa vez por obstrução da Justiça e organização criminosa. Foi a última "flechada" de Rodrigo Janot à frente da PGR.

Por isso mesmo, o governo tenta colocar "panos quentes" nas afirmações de Maia, que continua sendo considerado um aliado fundamental, neste momento.

Ainda sobre a decisão dos deputados de não afastar o presidente, Rodrigo Maia reafirmou que não tem intenção de assumir à Presidência do país, e por isso mesmo trabalhou em prol de Temer, ao contrário do que políticos ao redor da ex-presidente Dilma Rousseff fizeram.

"Não fiz com eles (governistas) o que eles fizeram com a Dilma. Talvez por isso essas mentiras criadas, para tentar criar um ambiente em que eu era o que não prestava e eles eram os que prestavam", disse o deputado, em referência aos boatos que chegaram a circular, à época, sobre ele estar no comando de uma possível articulação para derrubar Michel Temer.

"Como eles (governistas) fizeram desse jeito com a Dilma, talvez imaginassem que o padrão fosse esse. O meu padrão não é o mesmo daqueles que, ao redor da presidente, comandaram o impeachment da Dilma", completou, imputando à ala dura do PMDB a culpa por disseminar essa corrente.

Já sobre a nova denúncia, que atinge não apenas o presidente mas dois de seus ministros, Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-geral, Maia não deu garantias de que se esforçará da mesma forma para livrá-los da investigação.

Demonstrou, durante a entrevista, que a relação entre DEM e o PMDB, de fato, ficou estremecida, após líderes do partido do presidente da República, inclusive o próprio, "entrarem em campo" para convencer dissidentes do PSB a se filiarem à legenda.

O DEM procura ampliar sua base na Câmara e já estava sondando os políticos, mas perdeu a "batalha" para o governo, que atraiu os parlamentares alinhados com as reformas pretendidas pelo Planalto.

"Desesperado, Michel pediu para jantar aqui comigo para esclarecer que era mentira (a tentativa de atrair dissidentes do PSB). O presidente do PMDB (senador Romero Jucá) ligou para o presidente do DEM (senador Agripino Maia) para dizer que eles não tinham nenhum interesse nos parlamentares do PSB e o que estamos vendo é outra coisa. E o Romero, depois dessa denúncia, continuou fazendo a mesma coisa. A relação do PMDB com o DEM hoje é muito difícil", admitiu Maia.

O presidente da Câmara ainda criticou a presença de dois importantes peemedebistas na filiação do ministro de Minas e Energia, Fernado Bezerra Coelho: os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha. Segundo Maia, o gesto significa uma "posição do governo".

"Como o presidente do PMDB e o próprio presidente da República falam uma coisa e o partido faz outra? E os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha vão à filiação do Fernando Coelho respaldar que aquilo é uma posição do governo? Eles são muito corajosos", ironizou. "Um deputado do DEM pode pensar: 'Por que eu vou me meter nesse desgaste se o governo quer prejudicar meu partido?'", completou o presidente da Câmara.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 14 Horas

Mulher vence loteria de 1 milhão pela segunda vez em 10 semanas

brasil Brasil Há 13 Horas

Pastor assume que beijou filha na boca: "Que mulherão! Ai, se eu te pego"

mundo EUA Há 16 Horas

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

tech Espaço Há 15 Horas

Missão europeia revela imagens mais detalhadas da superfície do Sol

tech WhatsApp Há 14 Horas

WhatsApp deixa de funcionar em 35 celulares antigos; veja a lista

fama MADONNA-RIO Há 15 Horas

Madonna passa som em Copacabana com Pabllo Vittar; veja as fotos

fama Bastidores da TV Há 13 Horas

Bianca Rinaldi relata agressões de Marlene Mattos: "Humilhação"

brasil CHUVA-RS Há 15 Horas

Temporais no RS matam 31, inundam cidades e isolam moradores sem resgate

brasil CHUVA-RS Há 12 Horas

Temporais devem continuar a atingir o RS e vão chegar a SC até o fim de semana

fama Brad Pitt Há 12 Horas

Brad Pitt faz passeio romântico com a namorada Ines de Ramon