Game transforma alunos em prefeitos por um dia em sala de aula

A experiência já foi levada a 500 alunos de instituições públicas e privadas em 13 Estados

© Reprodução

Tech Educação 07/10/17 POR Folhapress

Se fosse prefeito de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, o professor José Aparecido da Silva, 45, investiria em transporte. Ao mesmo tempo, faria mais escolas para diminuir a fila da creche no município. "Mas acho que já ia ter acabado todo o dinheiro só de investir na mobilidade. Levamos duas horas de um lado ao outro da cidade."

PUB

O raciocínio sobre gestão pública, geralmente distante da sala de aula, foi um desafio até para os professores interessados em aproximar a discussão dos alunos do ensino médio. Em grupos, docentes tentavam discutir entre si políticas públicas para o município que contemplassem ao mesmo tempo três parâmetros de avaliação: finanças em dia, aprovação da população e investimento em infraestrutura.

As regras fazem parte do game on-line Cidade em Jogo, lançado em agosto pela Fundação Brava, ONG voltada a melhorar a gestão público no país, em parceria com o Brazil Institute do Wilson Center, centro internacional de estudos acadêmicos ligado ao governo dos Estados Unidos criado em homenagem ao 28º presidente americano, Woodrow Wilson (1856-1924), que governou entre 1913 e 1921.

O game leva para dentro das salas de aula a proposta de transformar os alunos em prefeitos por um dia. A experiência já foi levada a 500 alunos de instituições públicas e privadas em 13 Estados.

Nesta sexta (6), foi a vez de cerca de cem docentes da rede estadual de ensino de Guarulhos serem capacitados para a dinâmica. A ação faz parte do protocolo de intenções assinado entre a secretaria estadual de Educação e a fundação para disseminar o jogo na rede de ensino. A proposta do encontro, segundo a gerente de projetos da Fundação Brava, Ana Dal Fabbro, foi incentivar os coordenadores pedagógicos a inserirem a gestão pública no dia a dia da sala de aula. "Por causa da ditadura militar, as aulas cívicas passaram a ser vistas como um retrocesso. O jogo vem para desmistificar isso e colocar o professor como protagonista dessa mudança."

Baixado de forma gratuita e on-line, o Cidade em Jogo tem sido usado pelos alunos sempre em grupos para estimular o debate e a busca pelo consenso. Dividido em quatro fases, o jogo dura em média 30 minutos, o tempo médio de uma aula.

Primeiro, o aluno escolhe três áreas que terão prioridade em sua gestão. Em seguida, analisa as políticas públicas disponíveis e as aplica. A última etapa consiste em avaliar os impactos de suas escolhas. Para isso, o sistema gera um relatório parecido com uma notícia de jornal, em que a manchete dá o tom se a administração foi ou não bem avaliada.

Segundo Ana, a atual crise política pela qual passa o país tem feito o jogo ser mais disseminado nas aulas de português, principalmente quando os estudantes são convidados a redigir redações sobre o assunto. São nessas aulas que o jogo tem sido usado com mais frequência para ajudar na reflexão antes de escrever. "É uma oportunidade de enriquecer o debate político em tempos de discussões rasas nas redes sociais", diz a gerente.

Além de oferecer a possibilidade de lidar com o orçamento de uma cidade, a plataforma dá ao jogador a chance de se deparar com as consequências de possíveis más escolhas. Ao relegar, por exemplo, obras de saneamento, o prefeito da vez será surpreendido por uma epidemia de dengue na cidade. "Não há certo e errado. Apenas análise de indicadores que dão a dimensão do que é melhor ou não para a população", diz o coordenador de projetos da Fundação Brava, Henrique Krigner.

Em uma escola particular em Cotia, na Grande São Paulo, onde o jogo foi usado em sala de aula, os alunos tiveram a chance também de simular um julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) a respeito da aplicação de cotas raciais na seleção para a UNB (Universidade de Brasília). A classe foi dividida entre grupos favoráveis e contrários à proposta e espectadores. "A educação política precisa ser participativa. Podemos formar pessoas que podem mudar o futuro ao se tornarem sujeitos de sua própria história", diz Renata Ferraz, uma das fundadores do Pé na Escola, negócio social voltado à educação política, que viabilizou a atividade na escola.

Apesar de estar sendo aplicado nas escolas, o game Cidade em Jogo pode ser acessado por qualquer interessado no endereço: cidadeemjogo.org.br. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 15 Horas

Mulher vence loteria de 1 milhão pela segunda vez em 10 semanas

brasil Brasil Há 13 Horas

Pastor assume que beijou filha na boca: "Que mulherão! Ai, se eu te pego"

mundo EUA Há 16 Horas

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

tech Espaço Há 15 Horas

Missão europeia revela imagens mais detalhadas da superfície do Sol

tech WhatsApp Há 14 Horas

WhatsApp deixa de funcionar em 35 celulares antigos; veja a lista

fama MADONNA-RIO Há 15 Horas

Madonna passa som em Copacabana com Pabllo Vittar; veja as fotos

fama Bastidores da TV Há 13 Horas

Bianca Rinaldi relata agressões de Marlene Mattos: "Humilhação"

brasil CHUVA-RS Há 15 Horas

Temporais no RS matam 31, inundam cidades e isolam moradores sem resgate

brasil CHUVA-RS Há 12 Horas

Temporais devem continuar a atingir o RS e vão chegar a SC até o fim de semana

fama Brad Pitt Há 12 Horas

Brad Pitt faz passeio romântico com a namorada Ines de Ramon