Protagonizado por globais, 'Entre Irmãs' se curva a convenções

A nova produção fortalece uma linha coerente na filmografia de Silveira

© Divulgação

Cultura Lançamento 13/10/17 POR NAIEF HADDAD, para Folhapress

NAIEF HADDAD - "Entre Irmãs", de Breno Silveira, é um filme épico e, como tal, deixa que a emoção transborde. Trata-se de uma marca do gênero, de "E O Vento Levou" (1939) a "O Senhor dos Anéis" (2001).

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A nova produção fortalece uma linha coerente na filmografia de Silveira, a começar por "2 Filhos de Francisco" (2005), o primeiro longa dirigido por ele.

Desde aquela época, Silveira defende enfaticamente um cinema brasileiro que não se envergonhe de buscar a emoção do público.

O caminho escolhido pelo diretor é bastante legítimo e já foi trilhado com dignidade. Grande diretores, como Pedro Almodóvar, percorrem essa via lacrimosa.

Não está nesse aspecto necessariamente a fraqueza do filme. O problema de "Entre Irmãs" é se curvar tanto às convenções, como se estivesse a seguir um manual, o oposto do que faz Almodóvar.

A história de duas irmãs no sertão pernambucano nos anos 30 é empacotada dentro da fórmula surrada das trajetórias que correm paralelas.

O esquematismo do roteiro seria menos incômodo se o filme não tivesse quase três horas de duração. É também o tempo para que o sertão seja visto em um sucessão de imagens de cartão-postal.

Mas é a trilha sonora que, definitivamente, põe "Entre Irmãs" a perder.

O problema não está na música de Gabriel Ferreira, supervisionada por Antônio Pinto, mas no modo como ela é usada. Silveira não se importa em soar excessivo.

Havia algum sentido na presença musical ostensiva em filmes biográficos sobre cantores como "2 Filhos de Francisco" e "Gonzaga: de Pai para Filho". Mas a reiteração em "Entre Irmãs" é um recurso apelativo.

As protagonistas Marjorie Estiano e Nanda Costa estão convincentes, assim como Júlio Machado no papel do cangaceiro Carcará -ele já havia se saído bem em "Joaquim". Mas o esforço deles não basta para erguer o filme.

"Entre Irmãs" é o quinto e mais quadrado filme da carreira de Silveira. Olhando pra frente, ele tem talento pra escapar dessa camisa de força sem prescindir da ambição do sucesso popular.

Resta saber se é isso o ele que quer.

ENTRE IRMÃS (ruim)DIREÇÃO Breno SilveiraELENCO Marjorie Estiano, Nanda Costa, Rômulo Estrela, Julio MachadoPRODUÇÃO Brasil, 2017, 14 anosQUANDO estreia nesta quinta (12)

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