'Momento perigoso', diz Ai Weiwei sobre ataques a exposições no Brasil

Artista chinês foi foi impedido de embarcar para o Brasil por problemas no visto

© Pierre Albouy/Reuters

Cultura Opinião 20/10/17 POR ISABELLA MENON, da Folhapress

"Se a liberdade da artística é ameaçada, esse é o primeiro sinal de que um momento perigoso pode se aproximar", afirma Ai Weiwei, 60, em referência à onda conservadora que colocou sob críticas exposições, performances e museus no Brasil nos últimos meses.

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Atualmente morando em Berlim, na Alemanha, ele presenciou a ascensão da direita nas últimas eleições no país, que definiram a continuidade da chanceler Angela Merkel. Perseguido pelo governo de seu país e ele próprio quase refugiado, já que teve de deixar a China por causa da repressão política, Weiwei está inteirado sobre o tema da ascensão do conservadorismo.

"É um momento muito decisivo porque a direita teve um crescimento no número de votos e muitos clamam pela volta do 'sangue puro'", diz.O artista plástico chinês falou durante entrevista coletiva coletiva nesta quinta (19), em São Paulo, primeiro dia da 41ª Mostra Internacional de Cinema.

Ele participaria da abertura da mostra, na quarta (18), quando o filme foi exibido, mas foi impedido de embarcar para o Brasil por um problema com seu visto -segundo Weiwei, por erro de uma funcionária da companhia aérea United Airlines, já que, diz, seu documento estava em dia.

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Weiwei é um dos destaques do evento, com o documentário "Human Flow", sobre a crise dos refugiados. O longa começou a ser concebido antes de acabar a sua detenção na China, em 2015. Antes disso, em 2014, ele já tinha pedido para pessoas da sua equipe irem ao Iraque. "Quis entender como 64 milhões de pessoas deixaram seus lares", conta o artista, o número, segundo a Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados) chegou a 65,3 milhões em todo o mundo, em 2015.

Por isso, ele diz, foi preciso ir além da questão do enraizamento em si: "A crise de refugiados não é apenas política, mas também moral e humana." Para o filme, Weiwei e sua equipe entrevistaram mais de 300 pessoas. Isso demandou método, ele explica: "[Algum distanciamento] é necessário para que se consiga dar voz àqueles que não têm voz".

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