Violência deixa mil alunos sem aulas por dia no Rio

A maior parte das unidades estão localizadas em bairros e favelas da zona norte e oeste da capital

© Reuters / Bruno Kelly

Brasil Escola 23/10/17 POR Notícias Ao Minuto

Os tiroteios no Rio de Janeiro deixam cerca de mil anos sem poder estudar todos os dias. A cena comum de professores e alunos agachados pelos corredores de escolas é a triste realidade da violência na cidade. Desde o início do ano letivo, 439 unidades escolares municipais estiveram fechadas e, ao todo, 157.920 alunos perderam ao menos um dia de aula entre 2 de fevereiro e 18 de outubro, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação.

PUB

O UOL destaca que a maior parte das unidades estão localizadas em bairros e favelas da zona norte e oeste da capital. Nesse período, as escolas da rede funcionaram integralmente em apenas 11 dias.

+ Tinha que impedi-lo, diz coordenadora que conteve atirador em escola

A escola Jornalista Daniel Piza, em Acari, bairro em que mais unidades fecharam desde o começo do ano, esteve fechada durante uma semana, após a morte da adolescente Maria Eduarda Alves Ferreira, 13. Ela foi vítima de disparos de fuzil quando tomava água em um bebedouro no pátio da escola.

O diretor da Daniel Piza, Luiz Menezes, explica que a escola esteve fechada devido a entrada de carretas carregadas com produtos roubados, guardados por traficantes fortemente armados no complexo de favelas vizinho à escola, rasantes de helicópteros da Polícia Militar sobre a unidade de ensino em dias de operação. A decisão - de abrir ou não a escola -envolve os pais, professores e até os alunos que avaliam juntos se é possível abrir as portas.

Nos corredores da escola há cartazes pedindo paz, desenhados pelos alunos logo após a tragédia. "Antes sabíamos das dificuldades lá fora [o colégio é vizinho do Complexo de favelas da Pedreira, uma das regiões mais violentas da cidade], mas achávamos que aqui dentro estávamos seguros, que os alunos estavam seguros. Perdemos isso."

O estudo "Educação em Alvo: Os Efeitos da Violência Armada nas Salas de Aula", realizado pela Fundação Getúlio Vargas em conjunto com o aplicativo Fogo Cruzado, destaca que "a exposição à violência gera efeitos duradouros e afeta diretamente as possibilidades de vida dos cidadãos".

O relatório alerta que a convivência com uma rotina de violência interfere na capacidade de aprendizado e de desenvolvimento de novas habilidades, o que compromete as possibilidades de vida de crianças e jovens. Segundo refere o UOL, o documento admite que os problemas da segurança pública são de difícil solução e de longo prazo. O relatório também defende a necessidade de priorizar ações, como a garantia da segurança das áreas de exposição à violência, priorizando o horário de funcionamento das escolas e creches; a realização de capacitações para os professores, de forma que eles possam atender às necessidades especiais de seus alunos decorrentes da exposição à violência; e o oferecimento de condições especiais de contratação para os profissionais que atuam nessas áreas visando garantir estabilidade nas relações escolares para diminuir a alta rotatividade de professores.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Vídeo Há 14 Horas

Influenciadora digital agride mulher na rua em MG; veja vídeo

mundo Coreia do Norte Há 16 Horas

Coreia do Norte confirma míssil e promete reforçar "força nuclear"

fama Sean Diddy Combs Há 16 Horas

Imagens de videovigilância mostram rapper agredindo a ex-namorada

brasil CHUVA-RS Há 11 Horas

Submersa há 15 dias, cidade mais afetada do RS reabre casas a conta gotas

justica São Paulo Há 16 Horas

Professora e os dois filhos são mortos em SP; PM é suspeito

brasil Vídeo Há 14 Horas

Menino de 6 anos é salvo de apartamento em chamas no Rio Grande do Sul; veja vídeo

lifestyle Signos Há 16 Horas

Os cinco signos mais estranhos do zodíaco. Conhece alguém da lista?

mundo EUA Há 17 Horas

Motorista de 23 anos morre após ser atingida na cabeça por pedra nos EUA

brasil sul do brasil Há 15 Horas

Nova frente fria avança no Sul, e Inmet coloca parte do RS, Santa Catarina e Paraná em alerta

brasil Vírus Há 14 Horas

Cientistas confirmam circulação de vírus mayaro em humanos em Roraima; entenda riscos