Roger Waters acusado de 'anti-semitismo' por emissoras alemãs

Membro co-fundador dos Pink Floyd é um dos rostos do movimento internacional BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que pretende boicotar Israel devido à ocupação dos territórios palestinos

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Cultura Israel 29/11/17 POR Pedro Bastos Reis

As estações de rádio e televisão públicas alemãs decidiram cancelar a transmissão dos shows de Roger Waters, um dos membros fundadores dos Pink Floyd, devido a “acusações de anti-semitismo” contra o músico.

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As acusações referidas pelas emissores dizem respeito ao fato de o músico de 74 anos ser um dos rostos do movimento internacional BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), que pretende boicotar o Estado de Israel por oprimir o povo palestino.

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Ao decidirem cancelar as apresentações de Roger Waters marcadas para Colônia e para Berlim no verão do próximo ano, as emissoras pretendem marcar uma posição relativamente aos artistas que recusem tocar em Israel.

“Tomar uma posição clara é um importante sinal da RBB [emissoras públicas] para as comunidades judaicas em Berlim e em Brandenburg”, afirmou em comunicado Patricia Schlesinger, diretora da RBB, citada pela Reuters.

A decisão foi bem acolhida pelo conselho central judaico da Alemanha. “A rápida e decisiva reação das emissoras é um sinal importante de que o violento anti-semitismo contra Israel não tem lugar na Alemanha”, afirmou Josef Schuster, presidente deste conselho à mesma agência de notícias.

O movimento BDS tem sido bastante criticado por Israel, que acusa os seus membros de serem anti-semitas. No entanto, o movimento lançado em 2005 rejeita estas alegações, reiterando que pretende denunciar e combater o "regime colonialista" de Israel nos territórios palestinos.

Israel ocupa territórios palestinos ilegalmente, segundo a ONU, desde o final da Guerra dos Seis Dias de 1967, o que tem inviabilizado o estabelecimento de um estado palestino, como está previsto pela lei internacional.

Roger Waters - que teria shows previstos para o Brasil em outubro de 2018 -  tem sido, ao lado de músicos como Brian Eno ou cineastas como Ken Loach, um dos rostos a apelar a que artistas boicotem as suas presenças em Israel, como aconteceu com Gilberto Gil e Caetano Veloso, em 2015. A última polêmica envolveu o músico Nick Cave, que contrariamente ao apelo decidiu tocar em Israel, como os músicos brasileiros, gerando trocas de acusações entre os artistas.

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