Família convive um mês com corpo do filho em casa: 'estava dormindo'

Piso inferior do imóvel parecia abandonado, mas no de cima a família americana vivia a rotina normalmente, ao lado do cadáver

© Unsplash

Mundo Espanha 03/12/17 POR Notícias Ao Minuto

O casal americano Bruce e Schrell Hopkins está sendo julgado pela morte de um dos seus três filhos, ocorrida em 2016. Naquele ano, o corpo de Caleb, um garoto de oito anos, foi encontrdo pela polícia em estado avançado de decomposição, na residência da família na Espanha.

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"Achávamos que ele estava dormindo", afirmaram os pais, que conviveram semanas com o cadáver do filho em casa. O pai do menino era empresário e prestava serviços para o Consulado dos Estados Unidos naquele país.

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Segundo informações do G1, o caso veio à tona quando agentes da polícia da Catalunha entraram no imóvel, situado em Gerona, na região nordeste, a pedido do proprietário. O dono teria acionado o Mossos D'Esquadra (polícia catalã) porque a família havia deixado de pagar o aluguel.

Os policiais se declararam impressionados com a cena e com o mau cheiro causado pelo estado de decomposição do corpo, concluindo que há criança já estava morta há dias. Ao serem questionados pela polícia, Bruce e Schrell Hopkins, que trocaram os Estados Unidos pela Espanha em 2014, argumentaram que não sabiam que o filho estava morto, pois pensavam "que ele estava dormindo".

Outro detalhe chamou a atenção dos agentes: o piso inferior do imóvel parecia abandonado, mas no piso de cima a família americana vivia a rotina normalmente, ao lado do corpo da criança. A autópsia realizada em seguida revelaria que o menino estava morto há mais de um mês.

Justiça

Enrico Barata, promotor responsável pelo caso de Caleb, acredita que os pais não cometeram o assassinato do filho. Porém, ele defende que se o casal de Detroit tivesse tomado os cuidados médicos necessários poderia ter salvado o garoto, segundo o portal. Por isso, Barata pediu à Justiça da Espanha que os americanos sejam condenados a três anos e três meses de prisão por homicídio involuntário, com agravante de parentesco.

A defesa do casal sustenta que a criança era asmática. Na noite anterior a sua morte, Caleb teria sofrido uma crise respiratório, mas os pais garantem que prestaram os cuidados necessários e que ele conseguiu dormir em seguida, em "boas condições".

Por serem seguidores do pentecostalismo (ramo do cristianismo protestante), os Hopkins são acusados de colocar a crença religiosa - que contraria a medicina tradicional - acima da saúde dos filhos. Uma das provas seria o fato de Caleb só ter sido levado uma vez ao médico desde que a família se mudou para a Espanha.

Ainda de acordo com a reportagem, o promotor acredita que os pais não chegaram a denunciar a morte do menino por terem "perdido a noção da realidade". Os acusados confessaram ter entrado "em estado de choque" e ter dito aos agentes que eles poderiam conversar com a criança quando ela acordasse.

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