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Um morador de Ferraz de Vasconcelos, no interior de São Paulo, ficou com uma prótese dentária entalada na garganta por mais de 40 horas, enquanto aguardava atendimento para a retirada do material. A demora ocorreu devido à falta de um aparelho de endoscopia no Hospital Regional da cidade e à burocracia para transferência do paciente para outra unidade de saúde. O procedimento foi realizado na manhã dessa quinta-feira (11) no hospital Santa Marcelina de Itaquera.
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Antonio Monteiro Cantalice, de 59 anos, engasgou com a prótese dentária na última terça-feira (9). "Corremos com ele para o hospital regional de Ferraz. Chegando lá, fizeram o raio-X e disseram que era necessário fazer uma endoscopia para ver como está a situação por dentro, já retirar ou já fazer uma cirurgia. O problema é que o hospital está sem o aparelho de endoscopia há dias e ai começou a nossa corrida contra o tempo", contou a filha dele, Michele Maria Cantalice.
Por conta da falta do equipamento, a equipe médica do hospital solicitou a transferência do paciente para uma unidade onde pudesse realizar o procedimento. De acordo com o 'G1', a transferência foi autorizada pela Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS) no começo da noite de terça-feira (9). O paciente seria atendido no dia seguinte no hospital Santa Marcelina de Itaquera.
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O transporte de Antonio também enfrentou dificuldades. "O hospital regional de Ferraz não tinha ambulância para levar meu pai, então ele ia perder a vaga. Fui na Ouvidoria do hospital, onde fui muito bem tratada e, depois de uma força-tarefa, meu pai foi transferido em um carro normal para o Santa Marcelina, acompanhado de uma enfermeira. Mas ai tivemos mais problemas", disse.
De acordo com a filha, o Hospital Santa Marcelina de Itaquera não quis realizar o procedimento porque o paciente deveria estar acompanhado de um médico do hospital de origem, mas isto não foi avisado anteriormente.
A endoscopia foi feita na manhã dessa quinta-feira (11) e a prótese dentária retirada na sequência. O procedimento durou cerca de 20 minutos. O paciente retornou ao Hospital Regional de Ferraz e recebeu alta no fim da tarde.
Agora, a família vai pagar por exames particulares para saber se o tempo em que a prótese ficou entalada na garganta causou alguma lesão. Se houver, a família afirma que vai processar o Estado.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, "o Sr. Antônio foi prontamente atendido, assim que deu entrada na unidade, passando por classificação de risco e avaliação médica. Como o paciente apresentava condições clínicas estáveis e sem correr risco iminente, ele foi encaminhado o mais rápido possível para o Santa Marcelina de Itaquera em carro oficial devidamente acompanhado de um profissional de saúde, para passar por exames específicos. Ou seja, o quadro clínico do Sr. Antônio não configurava a necessidade de ambulância. O Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos está à disposição dos familiares para quaisquer esclarecimentos."