Maracatu rural é estrela do Carnaval no interior de Pernambuco

Cablocos de Lança vão à cidade para o dia do encontro das nações de maracatu nesta segunda-feira

© Ueslei Marcelino/REUTERS

Cultura tradição 12/02/18 POR Estadão Conteúdo

Na chegada a Nazaré da Mata (PE), ainda na estrada, percebe-se que a cidade ganha um colorido nesta época do ano. E não se trata de decoração carnavalesca, mas, sim, das roupas dos caboclos de lança que chegam barulhentos à cidade para o dia do encontro das nações de maracatu nesta segunda-feira (12). O tradicional cortejo com quase 100 grupos toma a praça da cidade, se renovando com as mulheres.

PUB

+ Gil encanta no bloco Forrozin, que teve 'chuva, suor e cerveja'

Com cerca de 30 mil habitantes e a uma hora, em média, da capital Recife, a cidade localizada na zona da mata pernambucana é o centro da cultura do maracatu rural (ou de baque solto), que está intimamente ligada às plantações de cana-de-açúcar, muito tradicionais em toda a região. O som do batuque das alfaias (instrumento do maracatu de baque virado) não está ali. O que move o desfile são as alegorias das roupas da corte e dos caboclos de lança, além dos mestres puxadores, que fazem a rima e conduzem o cortejo.

Um carnaval menos folião e mais para ser visto. Trabalhador de um engenho de cana, Biu Profino é caboclo de lança há 23 anos no grupo Estrela Brilhante. Para ele, o maracatu não se resume ao carnaval. "A gente ensaia o ano inteiro nos barracões, é a diversão pra gente que trabalha na cana", disse enquanto se vestia com a roupa de cerca de 20 kg para a apresentação.

A figura do caboclo de lança, que simboliza a proteção dentro do cortejo, costuma ser encarnada por homens que são respeitados dentro das comunidades. Mas agora isso não é mais regra. Nesta segunda-feira, um dos primeiros grupos a se apresentar foi o Coração Nazareno, formado apenas por mulheres de uma associação da cidade.

Se na tradição, o papel de mulher se resumia às rainhas da corte ou baianas e à confecção das roupas, o grupo prova que elas também podem ser as guerreiras do grupo. "Alguns ainda olham torto. Mas levantamos a nossa bandeira", disse Cristina Mota, mestra da agremiação. O grupo este ano saiu com o tema "Eu quero amor e paz: deixe sua violência para trás", contra a violência doméstica.

Contrariando a tradição há 8 anos, a auxiliar de abate Cristina França, desde sempre, desfilou com a roupa dos caboclos de lança. Ela viajava em um ônibus com os outros caboclos - no caso, todos homens. "Eu ia pro ônibus das baianas para trocar de roupa, porque não podia lá", comentou. Neste ano, ela passou a fazer parte da turma das mulheres. "É bom, né? O que acontece aqui, fica entre as mulheres". O evento acontece nesta segunda e na terça-feira, 13. Os maracatus rurais também podem ser vistos no carnaval de Olinda, no bairro da Cidade Tabajara.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 17 Horas

Morre Anderson Leonardo, vocalista do Molejo, vítima de câncer

esporte Brasil Há 21 Horas

Estátua de Daniel Alves em Juazeiro vai ser retirada; entenda

fama Redes Sociais Há 18 Horas

Livian Aragão, filha de Didi, sugere plágio e leva invertida na web

mundo Antártida Há 18 Horas

Vulcão ativo na Antártida expele pequenos cristais de ouro

fama CAMILA-MOURA Há 22 Horas

Camila Moura bate recorde no Instagram e agradece aos fãs

lifestyle Challenger deep Há 20 Horas

Onde fica o ponto mais profundo da Terra? Um famoso já esteve lá!

fama REALITY-A GRANDE CONQUISTA Há 23 Horas

Ratinho vira pedra no sapato de A Grande Conquista 2 e supera reality nas primeiras exibições

tech Ataque Há 13 mins

Hackers vazam imagens de pacientes de cirurgia nus e prontuários de clínica de saúde sexual

tech Justiça Há 13 Horas

X nega ter flexibilizado bloqueios e diz que perfis aproveitaram 'falha técnico-operacional'

fama Casais famosos Há 12 Horas

Romances estranhos dos famosos (e que ninguém parece lembrar!)