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Após gravar um disco inteiro dedicado à obra de Roberto Carlos, a cantora portuguesa Raquel Tavares vem realizando uma série de shows em homenagem ao Rei. O álbum "Roberto Carlos por Raquel Tavares - Do Fundo do Meu Coração", proposto pela própria gravadora, contou com a colaboração de Max Pierre, produtor musical que trabalhou ao lado do cantor e compositor em diversos momentos da sua carreira.
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Nesta quarta-feira (28), a intérprete leva ao palco externo do Armazém do Chiado, em Lisboa, o resultado deste tributo, lançado em 2017 e disponível nas plataformas digitais.
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“Ouço Roberto Carlos desde 1988, e nasci em 1985. Ou seja, desde que me entendo por gente. Antes de ouvir falar de fado, eu já escutava Roberto Carlos. Tenho os discos dele na minha memória”, recordou a fadista, em entrevista ao Correio Braziliense.
A lisboeta de 33 anos lançou o seu trabalho inspirado na obra do Rei em tempos oportunos, quando a música portuguesa e a música brasileira nunca estiveram tão próximas. Nos últimos anos, diversos artistas portugueses intensificaram a gravação de clássicos da MPB, como os discos "Carminho canta Tom Jobim", lançado pela cantora Carminho, e "Até pensei que fosse minha", um tributo de António Zambujo à obra de Chico Buarque, ambos de 2016. Sem contar com as parcerias musicais que há anos cruzam o Atlântico, como Carminho e Milton Nascimento, Zambujo e Roberta Sá, .Ana Moura e Criolo, dentre inúmeros exemplos.
“O mais difícil foi cantar em português de Portugal. Eu tinha muito presente as versões de Roberto Carlos. Tive que deletar tudo da minha memória, porque Max (Pierre) queria que eu fosse a intérprete fadista. Não queria que eu seguisse o caminho de Roberto. Mas é claro que tem a identidade do rei, seria impossível cantar Roberto Carlos sem ter a identidade dele”, declarou Raquel Tavares ao jornal.
"Do Fundo do Meu Coração" tem 14 faixas, duas delas com participações especiais: "De tanto amor", com Ana Carolina, e "Debaixo dos caracóis dos seus cabelos", com Caetano Veloso. A primeira teria sido convidada por Raquel via WhatsApp, na época em que a portuguesa viveu no Brasil. A participação de Caetano Veloso foi enviada pelo baiano através de áudio.
"Eu sabia que Erasmo Carlos e Roberto Carlos fizeram Debaixo dos caracóis dos seus cabelos para o Caetano, no tempo em que ele ficou exilado em Londres. Sempre achei uma história linda e quando apareceu o Caetano cantando, eu achei que fosse uma pegadinha. Foi uma beleza tê-lo no disco”, contou na entrevista a Adriana Izel.