Após 8 meses, brasileira morta em navio na Itália é sepultada em SP

Caso de Simone Scheuer Sousa ainda segue sem solução

© Reprodução / Facebook

Brasil mistério 15/03/18 POR Lucas Rizzi - ANSA

Mais de cinco meses depois da identificação do corpo de Simone Scheuer Sousa, brasileira morta enquanto estava a serviço em um navio de cruzeiro da MSC na Itália, a família continua na agonia da luta pela verdade.

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Simone, de 35 anos, foi sepultada nesta quinta-feira (15), em São Paulo, após meses de espera pela repatriação do corpo, mas os investigadores italianos ainda não conseguiram solucionar o caso.

A brasileira era faxineira do navio MSC Musica e sumiu na manhã de 18 de junho de 2017. Como ela fazia o turno noturno, seu desaparecimento só foi notado à 0h53 do dia seguinte, uma segunda-feira. Naquele momento, a embarcação navegava entre Veneza, no nordeste da Itália, e Brindisi, no sul.

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Seu corpo foi encontrado em uma cidade a leste da capital do Vêneto, em julho, mas a identificação só ocorreu no fim de setembro, por meio de um exame de DNA, depois de o procurador responsável pelo caso, Raffaele Casto, ter dito que o cadáver era "pouco compatível" com Simone.

As hipóteses da investigação são duas, suicídio ou homicídio, porém a família descarta a primeira. "Jamais, até mesmo os próprios tripulantes que trabalhavam com ela dizem que essa linha de suicídio é mentira", afirma, em entrevista à ANSA, Paulo Sousa, irmão da vítima.

Segundo ele, o inquérito já tem um suspeito, mas "nada que comprove" o possível assassinato. "O navio não tinha nenhuma segurança, e as câmeras não estavam funcionando. Como um navio daquela magnitude pode não ter segurança nem filmagem do que realmente aconteceu?", acrescenta.

Procurada pela ANSA, a MSC não respondeu se os equipamentos de vigilância estavam fora de operação. "Ressaltamos que não podemos comentar temas que estão submetidos ao processo de investigação. Somente as autoridades competentes podem oferecer todas as respostas. No entanto, salientamos que, desde o início, cooperamos plenamente com as autoridades na averiguação deste triste caso, um processo no qual nós não somos objeto de investigação", diz uma nota enviada pela empresa.

Mas essa não é a única reclamação da família contra a companhia. Segundo Paulo, houve "falta de interesse" da MSC em ajudar a liberar o corpo, que chegou ao Brasil apenas nesta quinta e seguiu direto para o Cemitério Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, onde agora descansa.

Ele conta que o único apoio que os Sousa tiveram foi o pagamento de sua viagem para a Itália logo depois do desaparecimento. Além disso, o irmão de Simone também afirma que a MSC bancou o traslado do corpo. "É o mínimo que eles teriam de fazer para os familiares", salienta.

Também por meio de nota, a empresa declarou que o falecimento de Simone é "algo extremamente triste". "Estivemos próximos à sua família e oferecemos todo o apoio possível, incluindo a viagem de ida e volta de alguns familiares para a Itália. Neste momento, nos sentimos aliviados pelo corpo de Simone ter, finalmente, chegado à sua família, após nossos esforços e trabalho incansável com as autoridades locais. Novamente, transmitimos nossas mais profundas condolências à família e aos seus entes queridos", diz o comunicado.

A MSC ainda foi questionada se, de alguma forma, se considera responsável pela morte de sua funcionária e se foi tomada alguma medida para evitar que casos semelhantes ocorram novamente. As duas perguntas ficaram sem resposta. "Por respeito a Simone e sua família, não divulgaremos quaisquer outros detalhes ou comentários sobre esse tema", conclui a nota enviada pela empresa.

A família acompanha as investigações a distância, por meio de um advogado com escritório em Siena. Horas antes de desaparecer, Simone teria discutido com seu chefe, um cidadão de Maurício, nação insular situada no Oceano Índico.

Em entrevista à ANSA no fim de junho, uma amiga da vítima, Silvana Mendonça, confirmou o entrevero, mas ressaltando que não havia sido "nada fora do normal". O pai da brasileira também disse à ANSA, logo após o sumiço, que não tinha conhecimento de nenhuma ameaça contra sua filha. (ANSA)

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