Fabricantes de armas doam cem fuzis para intervenção no Rio

Os fuzis, de calibre 556, de uso restrito das Forças Armadas, serão distribuídos às polícias do Rio e também à Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)

© Ricardo Moraes/Reuters

Brasil SEGURANÇA 20/03/18 POR Folhapress

A intervenção federal na segurança pública do Rio receberá 100 fuzis e 100 mil munições novas doadas pelas fabricantes brasileiras de armamentos Taurus e CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos). Os fuzis, de calibre 556, de uso restrito das Forças Armadas, serão distribuídos às polícias do Rio e também à Seap (Secretaria de Administração Penitenciária).

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O fuzil T4 é o modelo mais novo da empresa Taurus, que hoje fornece pistolas para as polícias do país. O modelo tem a mesma tecnologia e design do AR-15, M4 e M16.

A Taurus, maior fabricante de armas no Brasil, não fornece armamento do tipo para o Exército. Os fuzis de assalto utilizados atualmente são de fabricação da Imbel, estatal ligada ao ministério da Defesa. Tanto o diretor-presidente da Taurus, Salesio Nuhs, quanto o porta-voz da intervenção federal, coronel Roberto Itamar, afirmaram que a doação não faz parte de interesses comerciais entre o Exército e as fabricantes brasileiras. 

O presidente da empresa foi recebido nesta terça-feira (20) pelo interventor federal, general Walter Braga Netto, no Forte de Copacabana, zona sul do Rio. O interventor não quis falar com a imprensa. 

A empresa Taurus esteve envolvida em polêmica recente, quando policiais fizeram queixas com relação à qualidade e a segurança de suas pistolas, muitas das quais disparavam por acidente. 

Em junho do ano passado, o estado de São Paulo fez licitação internacional para comprar pistolas da austríaca Glock para suas polícias. A Taurus chegou a entrar na Justiça contra a medida, já que a lei brasileira garante a reserva de mercado para marcas nacionais em contratos com o poder público. 

Em 2014, a Taurus foi comprada justamente pela a CBC, única fabricante de munições de uso civil do país. A CBC é também a fabricante das balas desviadas em 2006 de um lote de cerca de um milhão de unidades comprado pela Polícia Federal. 

Desse lote saíram as balas usadas na maior chacina de São Paulo, em 2015, quando 26 pessoas morreram, e também no assassinato, na semana passada, da vereadora Marielle Franco (PSOL). Até hoje ainda não se sabe como as munições foram desviadas. 

A doação das empresas privadas vai ao encontro a estratégia da intervenção de restabelecer a capacidade operacional das polícias do Rio, por meio de investimentos em pessoal e equipamentos. Uma das queixas das polícias locais é o mau estado de conservação dos fuzis. Muitos travam durante combates. 

A PM do Rio utiliza basicamente dois tipos de fuzis, os de calibre 556, mais leves, como AR-15 e M16, e o chamado Parafal, de calibre 762. 

O Parafal, ou simplesmente FAL, é de projeto belga e fabricação brasileira. O fuzil foi adotado pelos militares no Brasil em 1964. Os fuzis desse modelo em uso pela PM do Rio foram doados pelo Exército. Em 2014, novos fuzis foram produzidos pela Imbel para substituir o antigo FAL na Força. 

Muitos desses fuzis antigos, porém, continuam nas mãos de policiais militares do Rio. Entre a tropa, o armamento é conhecido como "parafalha", devido aos constantes problemas em ação. 

Ainda não está definido como será a distribuição desse armamento. A doação, feita ao Exército, que repassará os armamentos às polícias do Rio, é dada como definitivo. Não há prazo para a devolução. 

Um fuzil do modelo T4 da Taurus, igual ao que está sendo doado, custa R$ 8 mil. No mercado negro de armas do Rio, contudo, um fuzil do tipo pode variar de R$ 40 mil a R$ 70 mil.

Os fuzis chegam no momento em que se discute o orçamento para a intervenção. Nesta segunda-feira (20), o interventor anunciou que a necessidade de recursos para a intervenção é de R$ 3,1 bilhões. Desse total, R$ 1,6 bilhão seria apenas para pagar dívidas com fornecedores e passivos trabalhistas. Os R$ 1,5 bilhão seriam utilizados no reforço da estrutura da polícia. Não está claro ainda de onde partirão os recursos a serem utilizados pela intervenção. Com informações da Folhapress. 

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