'É briga de cachorro grande', diz ex-embaixador sobre EUA e China

Rubens Barbosa é presidente do conselho do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice)

© Nacho Doce/Reuters

Economia avaliação 05/04/18 POR Estadao Conteudo

Quando dois importantes parceiros comerciais entram em confronto, o Brasil deve ter posição de cautela para não se prejudicar, avalia o ex-embaixador em Washington, Rubens Barbosa, presidente do conselho do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice). Ele acredita que o Brasil pode ser beneficiado com o aumento das vendas de produtos agropecuários para a China, mas não deve fazer nenhum movimento adicional em direção àquele mercado. Do contrário, pode prejudicar as negociações em curso com os Estados Unidos para livrar o aço brasileiro da sobretaxa de 25% anunciada no início de março.

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Estamos diante de uma guerra comercial entre EUA e China?

Temos uma escalada de medidas e contramedidas. Os EUA aplicaram taxas sobre 1.300 produtos. A China reagiu e anunciou medidas contra soja, carne, produtos químicos. É uma situação complicada, mas não acho que vá sair do controle. A China está reagindo, mas não está tomando medidas adicionais. E reagiu mais estrategicamente do que de outra maneira. Pegou produtos que afetam diretamente Estados que são a base política do (Donald) Trump.

Como fica o Brasil na disputa?

O Brasil está numa posição em que tem de esperar para ver. Estamos numa frente de aço e alumínio com os Estados Unidos, negociando. E acho que sai daí alguma restrição voluntária de exportação.

E em relação à China?

Temos de esperar para ver o que vai acontecer. Se a China, com essas medidas, tornar inviável a exportação de soja americana, vai comprar no Brasil. A gente não precisa fazer nada.

Como assim?

Se houver espaço, a China vai tomar a iniciativa de procurar o Brasil. Se fizermos alguma coisa, podemos prejudicar a negociação com os americanos. Por isso, a estratégia tem de ser "wait and see" (esperar para ver). Defender a posição no aço e no alumínio junto ao governo americano e ficar esperando para ver, porque é briga de cachorro grande.

Além da soja, que outros produtos brasileiros poderiam ser beneficiados? A China ameaça taxar as importações de carne, carros e aviões dos EUA.

Acho que carne, soja e outros produtos agrícolas, temos de esperar para ver se ocupamos o espaço. Nos produtos industriais, avião, carro, isso é complicado. Com exceção da Embraer, que poderia aumentar a exportação para lá. Mas a Embraer já tem os canais azeitados com a China. Com carro, não temos competitividade para enfrentar os americanos. Tem a Coreia e outros que vão suprir o mercado chinês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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