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"O samba não pode parar", nem debaixo de chuva, cantou Dona Ivone Lara. O gênero brasileiro sofreu, no entanto grande baque com a morte da sambista na noite desta segunda-feira (16),de parada cardiorrespiratória, no Rio de Janeiro. Autora de 19 álbuns autorais e de canções regravadas por nomes como Maria Bethânia e Marisa Monte, Dona Ivone continuava compondo, aos 97 anos.
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Nora da cantora e compositora, Eliana Lara Martins de Castro contou que Dona Ivone Lara deixou um repertório de dezenas de músicas inéditas. "Dos 93 anos dela para cá, ela fez umas 40 músicas. Estão novinhas. Fez com meu filho, André Lara, e com outros compositores, como o Delson Carvalho", detalhou ao jornal O Globo.
Segundo Eliana, a música mais recente foi composta há menos de oito meses - em um caderninho. A maioria das novas composições fala de amor, mas "ela deixou muita coisa boa para empurrar as mulheres. Ela era aquela mulher à frente das coisas e não deixava nada a desejar. É uma das melhores compositoras do nosso país. Vai fazer muita falta o seu carinho e o amor com o que ela escrevia as letras", complementou a nora.
O neto de Dona Ivone quer "dar prosseguimento" às músicas deixadas pela avó. "Ela telefonava e perguntava pelo André. Depois, cantarolava para ele, que respondia 'pode deixar, vó, vou colocar uma letra'. Se tivesse algo que não gostasse, ela dizia "você estudou no Colégio Militar, não pode ser qualquer coisa, não'".