Gasolina: venda de refinarias reduz chance de interferência no preço

Informação é da Petrobras, que apresentou ao mercado o modelo de parcerias no setor

© DR

Economia petrobras 19/04/18 POR Folhapress

A venda de participações em refinarias reduz a possibilidade de novos controles de preços dos combustíveis no futuro, defendeu nesta quinta (19) o presidente da Petrobras, Pedro Parente. A empresa apresentou ao mercado o modelo de parcerias no setor, que prevê a privatização de quatro refinarias.

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Ao lado da promessa de atração de investimentos, a questão dos preços é uma das estratégias usadas pela estatal para tentar quebrar resistências contra a venda dos ativos, que já começa a gerar mobilização entre sindicatos de trabalhadores da empresa.

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"Para nós, é muito importante que podemos ganhar no curto prazo porque teremos maior segurança da prática de preços competitivos no país", afirmou Parente, em evento para apresentar o modelo de venda nesta quinta.

A ideia da Petrobras é vender o controle de dois blocos regionais, no Nordeste e no Sul, cada um com duas refinarias, terminais e dutos de movimentação de petróleo e derivados, conforme antecipou a Folha de S.Paulo. Parente disse que espera abrir processo competitivo em duas a três semanas e concluir o processo de venda até o fim do ano.

A operação mexerá com milhares de trabalhadores, que poderão ser transferidos para as novas empresas que serão criadas a partir da unificação dos ativos regionais ou para outras áreas da própria Petrobras. Mas a direção da estatal já sabe que não terá como remanejar todos. Na Transpetro, subsidiária que opera os dutos e terminais, a proposta foi recebida com apreensão.

No evento desta quinta, convocado às pressas e sem participação de trabalhadores, a estatal recebeu apoio de todos os seus convidados: o Ministério de Minas e Energia, da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e representantes das petroleiras, de distribuidoras de combustíveis e do setor de etanol.

"O reposicionamento da Petrobras pode gerar novos investimentos no setor de refino", disse o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, ressaltando que o país precisa ampliar sua capacidade de produção de transporte de combustíveis para acompanhar projeções de crescimento da demanda.

A presidente da Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar), Elizabeth Farina disse que a preocupação da estatal com a liberdade de preços "aplaca preocupações com investimentos em biocombustíveis".

"A proposta destrava investimentos em refino e cria vacina contra possibilidade de intervenção nos preços do petróleo", reforçou o consultor Plinio Nastari, da Datagro, consultoria que acompanha o mercado de etanol.

Parente reconheceu que a resistência interna influenciou na decisão de manter participação nas refinarias à venda, ao invés de saída total dos ativos. "Estamos diante de um evento de natureza extremamente relevante e simbólica. Eu diria que uma abordagem com um pouco mais de prudência talvez possa garantir mais o resultado do que uma solução mais ousada", afirmou.

Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, os trabalhadores conseguiram frear o programa de privatização das refinarias, que terminou com apenas uma operação concluída, de venda de 30% da Refinaria Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul, à Argentina YPF, em 2000.

O negócio foi desfeito oito anos depois, diante da insatisfação da YPF com os sucessivos prejuízos provocados pelo controle de preços.No evento desta quinta, havia representantes de grandes petroleiras mundiais, como a Exxon e a Statoil, mas eles não se manifestaram sobre interesse nos ativos de refino da Petrobras.

Em sua apresentação, o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), José Firmo, apontou as duas empresas, mais Shell, BP e Total como potenciais interessadas, pois são petroleiras integradas e já operam no país na área de exploração e produção de petróleo.

RECORDE

Desde o fim da semana passada, os preços da gasolina e do diesel nas refinarias vêm batendo sucessivos recordes, em resposta à disparada das cotações internacionais do petróleo diante de incertezas sobre a guerra na Síria.

"Não são os preços da Petrobras que estão nos maiores níveis (desde o início da nova política), são os preços internacionais", afirmou Parente, em entrevista após a apresentação do modelo de venda das refinarias. Com informações da Folhapress.

 

 

 

 

 

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