Proposta da Fazenda para Rota 2030 não é tão boa, diz Ford

Rogelio, que é vice-presidente da Anfavea, admitiu que a proposta em jogo agora, que limita os benefícios tributários previstos para as montadoras, não é tão boa quanto a de créditos, proposta antes pelo Mdic

© Ginnette Riquelme/Reuters

Economia Montadora 25/04/18 POR Folhapress

Ainda é cedo para que as montadoras tenham opinião sobre o avanço das negociações do Ministério da Fazenda com o Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) para definição do Rota 2030, defende Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos corporativos da Ford América do Sul. "O mais importante para nós é a estabilidade das regras e que elas sejam mantidas por um período", disse sobre o novo programa de incentivos ao setor automotivo. "Sem estabilidade jurídica, as empresas não conseguem fazer planos [de investimento] de longo prazo". 

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Rogelio, que é vice-presidente da Anfavea, admitiu que a proposta em jogo agora, que limita os benefícios tributários previstos para as montadoras, não é tão boa quanto a de créditos, proposta antes pelo Mdic. "Ainda há necessidade de mais negociações", afirmou. Ministério da Fazenda e Mdic discordam sobre como as montadoras poderiam usar os créditos tributários, fruto de investimentos feitos em pesquisas no país.

De um lado, o ministério defende que as empresas poderão utilizá-los só no pagamento de IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Já o Mdic, apoiado por todas as montadoras, negocia que os benefícios possam ser utilizados no pagamento de qualquer imposto. Para Golfarb, ainda que a regra escolhida for a proposta pelo ministério, a expectativa de crescimento do mercado de 10% a 15% para 2018 não deve ser afetada. "Mas os investimentos feitos pelas companhias no país serão, o que pode refletir no mercado consumidor mais para frente", afirma.

NOVO MOTOR

Na manhã desta quarta (25), a companhia anunciou o início da produção de um motor e câmbio, antes importados da Índia, na fábrica de Taubaté, no interior paulista. O motor 1.5 Ti-VCT e o câmbio de transmissão MX65, que ates eram importados apenas para o modelo EcoSport, passa agora a ser feito no Brasil e usado também no modelo Ford Ka FreeStyle. O investimento não foi revelado e não haverá novas contratações. Mas a fábrica, que emprega 1.300 funcionários diretos e outros 1.000 indiretos, volta a produzir em três turnos, como antes de 2015.

"A preocupação é que a companhia invista em tecnologia, sem deixar de lado as pessoas, porque elas não podem encarar as máquinas como adversárias", disse Milsson Pereira, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região. "É bom lembrar que máquinas não fazem a economia girar, nem compram carros". Com os investimentos recebidos pela Ford com a chegada do motor, a unidade fabril tem hoje 49 robôs operando, em atividades que reduzem custos e garantem maior segurança pro ambiente de trabalho, garante a companhia.

+ Rombo das contas públicas é o maior para meses de março em 22 anos

"Por exemplo, não temos mais empilhadeiras pela fábrica desde hoje", afirma Rogelio.De acordo com ele, os funcionários foram treinados nos últimos dois anos para receber novas funções, por isso não houve demissões.  O modelo Ka FreeStytle com o motor que garante menos uso de combustível e terá câmbio manual e automático será exportado do Brasil para países da América do Sul ainda neste ano. 

"Mas é preciso lembrar que o Brasil está exportando mais porque o mercado argentino está comprando bastante", disse o executivo. "Em números absolutos de exportação, o crescimento das vendas a partir do Brasil é de 17%, mas o Brasil já chegou a exportar 45% de sua produção. A grande maioria do que exportamos hoje [o setor] vai para a Argentina". 

INCENTIVO ÀS MONTADORAS

Ministério da Fazenda ganha queda de braço com Mdic (Ministério da Indústria) sobre Rota 2030

CRÉDITO

Proposta da Fazenda

Investimento em inovação gera créditos tributários, mas eles só podem ser utilizados para abater o pagamento do IRPJ e da CSLL

Proposta do Mdic

Investimento em inovação gera créditos tributários, que podem ser utilizados no pagamento de qualquer imposto

UTILIZAÇÃO

Proposta da Fazenda

Não há prazo para utilização desses créditos

Proposta do Mdic

Desoneração poderia chegar até o limite de R$ 1,5 bilhão

Com informações da Folhapress.

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