Denunciada, Gleisi ataca PGR: erra 'em nome da batalha pela moralidade'

Senadora se defendeu e disse que as acusações não têm provas e são baseadas apenas no depoimento de delatores

© Reuters / Adriano Machado

Política Tribuna 03/05/18 POR Notícias Ao Minuto

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou a tribuna do Senado para protestar, nessa quarta-feira (2), contra nova denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), baseada nas delações de executivos da Odebrecht.

PUB

Na última segunda-feira (30), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF), além de Gleisi, seu marido e ex-ministro Paulo Bernardo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antônio Palocci. Todos são acusados dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo a PGR, a Odebrecht prometeu a Lula doação de US$ 40 milhões em troca de decisões políticas para beneficiar a empresa.

A senadora, que é também presidente do PT, afirmou que as acusações não têm provas e são baseadas no depoimento de delatores, que buscam benefícios em troca de escapar da prisão.

+ Gleisi sobre apoio a Ciro: 'Não passa no PT nem com reza brava'

Ao afirmar que a denúncia sem provas causa danos aceitos “em nome da batalha pela moralidade pública”, Gleisi questionou até que ponto esse tipo de ação beneficia o país.

"Inclusive, no caso do Marcelo Odebrecht, [este] acusa Lula sem ter estado com ele, sem ter conversado com ele. Apenas diz o que os investigadores queriam ouvir, sem qualquer elemento para sustentar as acusações", disse a senadora.

Um dos trechos da denúncia da PGR, disse Gleisi, a acusa de lavagem de dinheiro, afirmando que ela teria declarado falsamente despesas no valor de R$ 1,83 milhão na prestação de sua campanha de 2014 ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. De acordo com a senadora, trata-se de uma mentira, já que teria obedecido à Lei Eleitoral 9.504, de 1997, que permite o pagamento posterior de dívidas eleitorais pelo próprio partido político.

"Trata-se de uma mentira grosseira e acaba por dizer muito dessa denúncia, [mostrando] sua fragilidade e inépcia. O publicitário da minha campanha foi contratado pelo valor global de R$ 3 milhões. Ocorre que dois terços não foram pagos durante a campanha. Eu fiquei devendo e, conforme autoriza a Lei Eleitoral 9.504, de 1997, o débito foi assumido pelo PT, pelo Partido dos Trabalhadores, Diretório Regional do Paraná. O próprio PT, mais tarde, quitou R$ 170 mil desta dívida, restando o débito de R$ 1,83 milhão, mencionado este valor pela PGR", declarou a senadora.

Denúncia

Na denúncia, Dodge diz que, além dos depoimentos de delação, foram colhidos nas investigações documentos, como planilhas e mensagens, fruto da quebra de sigilo telefônico.

Destaca, ainda, que em contrapartida pela doação milionária, a Odebrecht foi beneficiada com aumento da linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com Angola, país africano onde a empreiteira tinha negócios.

A procuradoria sustenta, conforme a Agência Brasil, que os acusados formavam uma suposta organização criminosa. Lula, Paulo Bernardo e Palocci faziam parte do núcleo político, Marcelo Odebrecht - também denunciado e um dos delatores - do núcleo econômico, enquanto integrava o grupo administrativo o chefe de gabinete da senadora, Leones Dall'agnol, que também foi denunciado.

Segundo Dodge, Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo aceitaram receber parte do dinheiro vindo da Odebrecht, em 2014, via caixa 2, como doação eleitoral de R$ 5 milhões, que teriam sido recebidos por Leones.

“Dos cinco milhões, Gleisi Helena Hoffmann, Paulo Bernardo e Leones Dall'Agnol comprovadamente receberam, em parte por interpostas pessoas, pelo menos três milhões de reais em oito pagamentos de quinhentos mil reais cada, a título de vantagem indevida, entre outubro e novembro de 2014", diz a PGR em parecer.

Em nota, o PT repudiou a denúncia e afirmou que Dodge "atua de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros”.

De acordo com o comunicado, a PGR tenta criminalizar a legenda, “citando fatos sem o menor relacionamento de forma a atingir o PT e seus dirigentes”.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Argélia Há 21 Horas

Homem desaparecido há 27 anos é encontrado vivo na casa do vizinho

mundo Chile Há 22 Horas

Mulher fica pendurada seminua em portão em tentativa de furto; vídeo

mundo CARTAGENA Há 23 Horas

Brasileiro vence concurso internacional e é eleito o mais bonito do mundo

fama Suri Cruise Há 20 Horas

Suri troca sobrenome e estreia no teatro, distanciando-se de Tom Cruise

fama Saúde Há 22 Horas

Pedro Scooby diz que amigos foram hospitalizados com H1N1 após ajuda no RS

justica Goiás Há 23 Horas

Mãe é presa ao tentar afogar a filha de seis meses em piscina; vídeo

fama Anya-Taylor Jo Há 19 Horas

O vestido de princesa de Anya-Taylor Joy que encantou Cannes

esporte Óbito Há 17 Horas

Narrador Silvio Luiz morre aos 89 anos em São Paulo

politica Meio Ambiente agora mesmo

Vereador do PL diz que 'peso das árvores' causou tragédia climática no RS

mundo Espanha Há 21 Horas

Faxineira de 61 anos posta vídeos dançando no trabalho e é despedida