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O antigo espião russo, Sergei Skripal, e a sua filha Yulia foram envenenados com uma dose líquida do agente nervoso Novichok, com entre 50 a 100 gramas durante o ataque em Salisbury, no Reino Unido.
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A informação foi dada pelo diretor-geral da organização de observação internacional contra o uso de armas químicas. 100 gramas é o equivalente a 100 mililitros, o máximo de líquido que é possível transportar em uma bagagem de mão quando se viaja de avião.
Segundo Ahmet Üzümcü, da Organização para a Proibição de Armas Químicas, numa entrevista ao New York Times, a quantidade de Novichok usada foi significativamente maior do que o que seria produzido para efeitos de investigação, o que indica que teria sido criada para ser usado como arma.
"Para atividades de pesquisa ou proteção precisaria, por exemplo, de cinco a 10 gramas, mas em Salisbury parece que usaram mais do que isso, sem saber a exata quantidade, me foi dito que usaram cerca de 50, 100 gramas ou mais, o que vai muito além do que é usado para esses fins de investigação", disse Ahmet.
Amostras do agente nervoso foram retiradas da maçaneta da porta da casa de Skripal, do banco em que o ex-espião e a filha entraram em colapso após o envenenamento, bem como de "vários outros locais onde estiveram presentes", acrescentou.
"Uma coisa que talvez seja importante notar é que o agente nervoso parece ser bastante persistente, não é afetado pelas condições meteorológicas", referiu, revelando ainda que o Novichok usado era "de elevada pureza".
Cerca de 200 funcionários militares com roupas protetoras e botas vão passar os próximos meses descontaminando nove locais da cidade, onde se verifica a presença da substância.