© Lusa
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, estará no Parlamento Europeu, na próxima terça-feira (22), para responder sobre a utilização dos dados pessoais de milhões de usuários da rede social, depois do escândalo Cambridge Analytica. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (17).
PUB
Antonio Tajani, que preside o Parlamento, justificou a audição de Mark Zuckerberg em Bruxelas para "defender os cidadãos europeus" antes das próximas eleições.
"Queremos saber o porque de o Facebook ter decidido pôr na mesa o nome dos cidadãos europeus e pretendemos entender o que vão fazer antes das eleições. É um debate muito importante, queremos saber a história e o que querem fazer nos próximos meses para defender os cidadãos", elucidou Tajani, antes de participar na Cimeira União Europeia-Balcãs, em Sófia, na Bulgária.
+ Google lança YouTube Music para brigar com o Spotify e novo Red
O encontro de Zuckerberg com os líderes dos diferentes grupos políticos no Parlamento Europeu, que será realizado à tarde, tinha sido anunciado na quarta-feira, mas sem indicação de data. Contactado pela agência France Presse, o Facebook precisou que a reunião no Parlamento Europeu será uma ocasião para "dialogar, escutar os pontos de vista (dos eurodeputados) e mostrar medidas" tomadas pelo gigante da internet "para melhor proteger a vida das pessoas".
Muitos eurodeputados, assim como a Comissária Europeia para os Consumidores, Vera Jourova, lamentaram que o encontro se realize à porta fechada. No dia seguinte, Mark Zuckerberg será recebido em Paris pelo Presidente da França, Emmanuel Macron, juntamente com cerca de 50 dirigentes de grandes empresas.
Esta visita à Europa do fundador do Facebook é organizada alguns dias antes da entrada em vigor, a 25 de maio, do novo regime europeu sobre a proteção de dados, que obriga os operadores a ajustarem os seus termos de utilização para os europeus.
Em abril, Zuckerberg foi ouvido no Congresso dos Estados Unidos sobre o caso Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, usando dados de dezenas de milhões de utilizadores do Facebook.
Além desta rede social, Twitter e Google também foram acusadas de deixar proliferar interferências russas, visando manipular a opinião pública norte-americana.