No Rio, Bolsonaro diz ter reservas à privatização da Eletrobras

Presidenciável tem dito que é favorável a privatizações de estatais desde que não de áreas estratégicas para o país

© Ueslei Marcelino / Reuters

Política Discurso 21/05/18 POR Folhapress

Pré-candidato à presidência pelo PSL (Partido Social Liberal), o deputado federal Jair Bolsonaro disse na tarde desta segunda-feira (21) ter reservas quanto a uma possível privatização da Eletrobras.

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Apesar de ter escolhido um economista de inclinação liberal para assessorá-lo no discurso econômico, Bolsonaro tem dito que é favorável a privatizações de estatais desde que não de áreas estratégicas para o país.

Bolsonaro tem criticado, por exemplo, a compra de ativos de mineração e energia por empresas chinesas. O pré-candidato discursou durante almoço com empresários na ACRJ (Associação Comercial do Rio) nesta segunda. 

Questionado se concorda ou não com a privatização da Eletrobras, Bolsonaro disse que "tem que ver o modelo [de venda]", mas, a princípio, se estivesse na presidência atualmente, "reagiria" à iniciativa. 

"Temos que ver o modelo. A princípio eu reagiria a isso aí. O Brasil não pode ser um país em leilão", disse ele.

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Minutos antes, durante seu discurso, ele chegou a dizer que o "Brasil não pode ser inquilino dele mesmo", numa crítica a venda de ativos e recursos naturais do país a empresas estrangeiras.

O pré-candidato criticou ainda o alto preço dos combustíveis no país, mas evitou fazer críticas diretas ao modelo de formação de preços da Petrobras. Segundo ele, o combustível é caro no Brasil por fatores que vão desde a alta carga tributária ao que ele chamou de "indústria da multa". 

Ele não sinalizou para uma possível mudança na política de combustíveis da estatal, caso eleito. Reclamou, contudo, da forma como a empresa é administrada atualmente. "Não pode a Petrobras tirar o atraso da roubalheira em cima do consumidor", afirmou. 

A estatal anunciou nesta segunda mais um aumento de combustíveis, em meio a protestos de caminhoneiros em todo o país. 

Bolsonaro falou para um auditório que teve ingressos vendidos para todos os seus 350 lugares. A plateia foi maior, por exemplo, do que em almoço semelhante com a presença do pré-candidato e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). 

A audiência, formada majoritariamente por empresários homens e de meia idade, ficou empolgada quando Bolsonaro falou sobre a cartilha liberal. Ele se disse favorável à reforma trabalhista. "É melhor menos direitos com emprego do que mais direitos e emprego nenhum", disse. 

O principal conselheiro econômico de Bolsonaro é Paulo Guedes, que foi um dos fundadores do banco BTG Pactual. O pré-candidato não esconde que não é profundo conhecedor da economia e diz que confia nas ideias do assessor. Ele nega, porém, que já esteja definido que Guedes será seu ministro da Fazenda, pasta que Bolsonaro diz que fundirá com Planejamento, para criar uma espécie de "superministério". 

Diante da dificuldade de responder sobre assuntos de economia, um associado da ACRJ chegou a sugerir uma segunda palestra, exclusivamente de Paulo Guedes. 

Bolsonaro agradou em temas como a defesa do porte de armas para população civil e o endurecimento no combate à criminalidade. 

Segundo o presidenciável, a intervenção federal na Segurança Pública decretada pelo governo federal no Rio foi política. "Na minha intervenção, seria uns 15 a 20 dias para resolver tudo". Ele voltou a defender a isenção de policiais por crimes cometidos durante o exercício da função. 

COMISSÃO DA VERDADE

Bolsonaro também fez questão de antagonizar com o pensamento de esquerda. Ele disse que não havia um historiador sequer na Comissão da Verdade. "Apenas terroristas", disse, aplaudido pela plateia. 

O pré-candidato disse ainda ser contra invasões de terra no campo e na cidade. Classificou também como terroristas integrantes de movimentos que pregam a ocupação de terras improdutivas ou abandonadas. 

"Propriedade privada é privada, é sagrado e ponto final. Invadiu? Chumbo neles", disse ele, novamente amplamente aplaudido pelos empresários. 

CIRO GOMES

Sobre as palavras de Ciro Gomes, pré-candidato à presidência pelo PDT horas antes, Bolsonaro não quis polemizar. Ele questionou se "alguém ainda acredita no Ciro Gomes?", referindo-se ao episódio em que Gomes sugeriu que Lula deveria ser "sequestrado" para fora do Brasil em caso de a Justiça decidir pela sua prisão. "Ele falou que ia sequestrar o Lula e não fez", afirmou Bolsonaro. 

Ciro disse em sabatina da Folha de S.Paulo, UOL e SBT, na manhã desta segunda, que Bolsonaro seria o adversário menos difícil de ser derrotado no segundo turno.

"É lógico que ele está desdenhando de mim. Eu não tenho fundo partidário, não tenho tempo de TV e estou com 20%", disse Bolsonaro.  Com informações da Folhapress.

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