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O Auto da Encenação da Paixão de Cristo, que ocorreria na sexta-feira, à partir das 18h, foi cancelada, como também a ação litúrgica marcada para às 15h. De acordo com a Associação Cultural da Arquidiocese, há 45 anos o Auto da Paixão é encenado e faz parte do calendário religioso da cidade. Esta seria a primeira vez que a celebração ocorreria dentro da Catedral e não nos Arcos da Lapa, tradicional cenário do evento, que passa por uma obra de revitalização.
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A vigília marcada para hoje (19), às 19h30, que ocorreria na Catedral de São Sebastião, ainda não tem a paróquia definida onde ocorrerá a cerimônia. A tradicional missa de Páscoa, que ocorre no domingo às 10h, não tem lugar certo para celebração, como também o almoço de Páscoa, que encerra as celebrações da Semana Santa, marcado para às 11h45 na Catedral Metropolitana, quando o cardeal arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta recebe moradores de rua no almoço de Páscoa.
Em nota, a Arquidiocese do Rio informa que "apesar das negociações terem se encaminhado para o atendimento provisório dos efetivamente necessitados, em local do poder público, com o apoio da Igreja e serviços sociais e apesar de os necessitados a terem inicialmente aceito, ao final, não se chegou a uma solução satisfatória. Após ouvir assessorias, os necessitados retrocederam".
A Arquidiocese do Rio lamenta que existam pessoas que ainda sofram em virtude da ausência de moradia e sejam manipuladas por outros interesses. A Catedral permanecerá fechada. O Cardeal informou que "em solidariedade a todos os necessitados fará as celebrações pascais em comunidades que experimentam a pobreza aguda e que serão informadas oportunamente". A Arquidiocese do Rio de Janeiro "reafirma sua intenção inicial de servir como mediadora entre os necessitados e o poder público para encontrar uma saída."
De acordo com a advogada Eloisa Samy, do Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos (DDH), que acompanha os sem-teto, disse que eles vão permanecer acampados neste final de semana em frente à Catedral. Ela disse que a prefeitura tinha feito uma proposta inicial de mandar 19 homens do movimento para hotéis pagos pela prefeitura e encaminhar mulheres e crianças para um abrigo em Jacarepaguá, na zona oeste. A proposta não foi aceita porque "eles não aceitam ficar separados".
Segundo Eloisa, eles querem ou que todos fiquem juntos em hotéis ou então que a pefeitura garanta o pagamento do aluguel social, no valor de R$ 400, por três meses. Ela informou também que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) levará marmitas para serem distribuídas entre os manifestantes hoje e que também haverá, no final da tarde, a distribuíção de ovos de Páscoa para os acampados.