Venda da Eletrobras não sai este ano

Medida que pode autorizar privatização da empresa não deve ser votada no Congresso antes das eleições

© Reuters

Economia privatização 03/06/18 POR Estadao Conteudo

O desgaste do governo, acentuado pela greve dos caminhoneiros, e a proximidade do calendário eleitoral inviabilizaram de vez a aprovação, ainda neste ano, do projeto que permite a privatização da Eletrobras - o mais importante da atual agenda econômica. Responsável por colocar o projeto em votação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já admite nos bastidores que dificilmente a medida será votada antes das eleições.

PUB

Pré-candidato ao Palácio do Planalto, ele tem sua própria agenda de prioridades, que inclui medidas de apelo popular, como a redução no preço do gás. O único "esforço" que será feito pelo presidente da Câmara será para aprovar o projeto que tenta solucionar o problema de seis distribuidoras deficitárias da Eletrobras e promover alterações no setor elétrico.

A Eletrobrás acumula nos últimos seis anos perdas de R$ 28 bilhões. O projeto que permite a privatização foi enviado no dia 22 de janeiro, mas está emperrado em uma comissão especial da Câmara, de onde ainda precisaria seguir para o Senado.

A avaliação de Maia é de que o governo não terá mais força suficiente para aprovar a privatização da estatal de energia. Com a fragilidade do governo, Temer e os parlamentares não poderiam enfrentar desgaste nem mesmo das famílias cujos seus integrantes trabalham ou dependem da Eletrobrás. E, para Maia, mesmo após as eleições, a proposta só poderá ser votada se for um tema defendido pelo novo presidente da República eleito.

"Está difícil aprovar Eletrobrás. O tempo está escasso e temos outras matérias da microeconomia para votar", disse o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA), que é da base aliada.

Às vésperas do pleito, o foco do Planalto e do Congresso passou a ser a aprovação de medidas que garantam estímulo novo à economia, sobretudo o crédito. Com saída da Eletrobras da lista, entram projetos como o da duplicata eletrônica e do distrato que podem melhorar o crédito e ajudar a acelerar a ainda lenta retomada da economia. "Com essas medidas, nós vamos gerar um ambiente econômico, no segundo semestre, melhor do que o atual. E isso facilita o processo eleitoral de todo mundo, inclusive de quem está na oposição", disse o presidente da Câmara. "Todos esses projetos dão sinais positivos e segurança jurídica", concordou o líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), que defende a candidatura do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles ao Planalto.

Essas medidas microeconômicas também estão na lista de prioridades da equipe de Guardia e, apesar de contarem com o apoio do presidente da Câmara, ainda enfrentam resistências dos parlamentares. O cadastro positivo, por exemplo, não teve a votação concluída e ainda pode ser totalmente desfigurado caso sejam aprovadas mudanças no texto principal.

Para aprovar as medidas econômicas, o governo só tem, na prática, duas semanas até o início da Copa do Mundo e das festas juninas, quando os parlamentares viajam a seus redutos eleitorais e os trabalhos na Câmara entrarão em ritmo lento. Em agosto, começará a campanha eleitoral, quando as votações diminuirão ainda mais.

Questionado se a articulação política de um governo enfraquecido não atrapalha as votações, Maia admitiu contratempos. "É claro que, em um ano eleitoral e com o desgaste que o governo tem hoje, tudo sempre fica mais difícil, mas fazemos um esforço coletivo. Não legislar e deixar a economia assim, em vez de tentar empurrar o crescimento, seria um erro".

Subsídios

Para bancar os novos subsídios que pretende colocar em votação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, promete trabalhar pela aprovação do projeto da cessão onerosa para abrir caminho para o leilão de barris de petróleo excedentes do pré-sal. Apresentado pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), ele será relatado pelo deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), aliado de Maia e ex-ministro de Minas e Energia do governo Temer. A expectativa é que, se o projeto for aprovado antes do recesso de julho, o governo poderá fazer os leilões até setembro. Maia calcula que os leilões poderão render cerca de R$ 80 bilhões e defende que esses recursos sejam destinados para medidas como barateamento do preço do gás de cozinha. A pressão por novos subsídios desencadeou a demissão de Pedro Parente da Petrobrás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 7 Horas

Faxineira pede demissão após 27 minutos de trabalho em hotel; entenda

fama Anthony Vella Há 5 Horas

YouTuber sofre grave acidente em queda de paraglider filmada; assista

fama Gusttavo Lima Há 5 Horas

Gusttavo Lima interrompe espetáculo após mulher ser agredida

economia DESENROLA-BRASIL Há 7 Horas

Saiba como se inscrever no Desenrola Brasil e negociar suas dívidas

mundo EUA Há 6 Horas

Filha do co-fundador do Slack é encontrada em van com homem de 26 anos

justica Paraíba Há 5 Horas

Menina de 6 anos tem pinos colocados em perna errada

brasil MORTE-SP Há 23 Horas

Morte de jovem após deixar sauna gay causa pânico; relembre histórico

esporte São Paulo FC Há 7 Horas

Filho de Will Smith posta foto com camisa do São Paulo e web reage; veja

fama Peculiares Há 22 Horas

As manias mais estranhas dos famosos! Você tem alguma delas?

lifestyle Saúde Há 6 Horas

Três carboidratos que ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue