Brasileira é aclamada em estreia de monólogo em Lisboa

'Abstinência de Purpurina' é estreia de Roberta Preussler e do Coletivo Casa nos palcos portugueses

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© Marcelo Albuquerque

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Cultura teatro 14/06/18 POR Raquel Lima


Mais do que sinônimo de privação, a “Abstinência de Purpurina” proposta por Roberta Preussler no monólogo homônimo é renúncia. Ao apresentar um texto em que o limite da autobiografia e da ficção são borrados, a atriz convida a um vouyerismo da reconstituição de dores, sonhos e frustrações bem reais. Ou não.

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“Aí, a minha pergunta para vocês é: será que conseguem conviver com isso?”, questiona o texto de Cátia Faísco, inspirado na vida da própria Roberta, ao explicar, em um dos atos, que a atriz naquele palco é Paloma. “A Paloma é uma personagem de autoficção que criei para vocês. Paloma contará a minha história. Haverá fatos que poderão não ser reais, mas vocês não terão forma de os comprovar”.

O tratamento que o Coletivo Casa conferiu ao movimento das cenas, ao cenário e à luz do espetáculo, que estreou no último fim de semana, em uma galeria de Lisboa, com lotação esgotada, reforçam a ideia de intimidade. Presencia-se Roberta e Paloma na cozinha de casa - às vezes com a casualidade de quem descasca uma laranja, noutras com a força de um berro.

O desabafo das duas pode vir tanto de um crush mal resolvido, quanto do périplo para aceitar o próprio corpo, ou até de um momento de carinho com a mãe. Temas praticamente universais que despertam o sentimento de identificação tão forte que Roberta e Paloma parecem estar acompanhadas no palco, por muitos outros nomes e até outros gêneros.

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A maestria de “Abstinência de Purpurina”, espetáculo de estreia do Casa, é que neste jogo de autoficção, em nenhum momento, Paloma se distancia de Roberta. Ou vice-versa. Há pontos que só poderiam ter sido vividos por uma atriz brasileira de 26 anos nascida no Rio Grande do Sul, que migrou com a família para o Rio de Janeiro. Exatamente Roberta Preussler, certo? Mas o que está em jogo é o sentimento. No caso do curso de teatro feito no Rio, as engrenagens loucas de relações fincadas em poder é que sobressaem. Independentemente do cenário.

É o mesmo que ocorre quando as sensações que entram neste somar e subtrair do monólogo são os perrengues de um imigrante em Lisboa, capital em que a atriz vive com o marido há dois anos. O sentimento de migrar, a relação com a burocracia e com a xenofobia poderiam ser extremamente particulares, mas ganham contornos universais.

Enquanto tenta distanciar o fato da ficção, o espectador acaba por renunciar as purpurinas da própria certeza e, ainda assim, se emocionar. Mais cedo ou mais tarde é como se todos os presentes percebessem que, assim como Roberta e Paloma, estão nus.

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