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Você deve ter lido a respeito do polêmico vídeo que brasileiros fizeram assediando uma russa, pedindo que ela falasse a expressão chula 'b… rosa'. Pois tal frase foi adotada por ultranacionalistas russos.
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Segundo informa o G1, as duas palavras se transformaram em hashtag e dão nome a grupos que já reúnem milhares de pessoas, com a maioria de homens, em aplicativos de mensagens e na rede social VK - uma espécie de Facebook criado na Rússia e que é acessado por mais de 30 milhões de pessoas todos os dias.
Ao contrário dos protestos registrados no Brasil e reiterado por entidades como as Nações Unidas, os extremistas "culpam" as mulheres russas pelas cenas de abuso e por terem aparecido em vídeos com estrangeiros. Para essas pessoas, o comportamento delas ofende a "masculinidade dos patriotas".
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Identificada pelos membros da plataforma, a mulher que aparece na gravação feita por brasileiros foi alvo de duras ofensas na rede. Ela acabou sendo vítima de um ataque coordenado e viu dezenas de comentários ofensivos aparecerem em sua página na rede social. Entre esses comentários, ela foi chamada de "vergonha para o país" e "Natashka" (menção ao termo usado por turcos para se referir a prostitutas de origem eslava).
Como resultado das ofensas, a jovem apagou seu perfil no VK. Mas não adiantou, uma vez que o grupo já havia coletado fotos suas e as publicaram em vídeos que trazem, além das imagens, seu nome, idade, local de nascimento e moradia.
"Conheça a moça do vídeo. A Copa do Mundo permanecerá para sempre no coração dela", diz uma das postagens em russo, visualizada por quase 200 mil pessoas.
Os donos da comunidade "B… Rosa" a descrevem como sendo uma página de humor, "sem o propósito de ofender quem quer que seja". No entanto, o conteúdo postado pode ser classificado como machista e racista.
"É importante entender que os resultados de tudo isso serão, em primeiro lugar, pragas", diz um usuário. "Os negros trouxeram tuberculose na Olimpíada de 1980, vindo com documentos falsos sem exames médicos ou vacinas."
Integrantes de grupos radicais repetem as palavras da parlamentar Tamara Pletnyova, que disse às vésperas do início da Copa que transar com estrangeiros aumenta o risco de que as russas se tornem mães solteiras de filhos mestiços.