Estudo: 8 em 10 brasileiros acham que automação agrava desigualdade

A conclusão é de um estudo do centro de pesquisas Pew Research Center divulgado nesta quinta-feira (13)

© Shutterstock

Economia robôs 13/09/18 POR Folhapress

Oito em dez brasileiros acham que a entrada de robôs e computadores no mercado de trabalho vai agravar ainda mais as desigualdades entre ricos e pobres no país. A conclusão é de um estudo do centro de pesquisas Pew Research Center divulgado nesta quinta-feira (13).

PUB

Além do Brasil, o levantamento do Pew foi feito a partir de dados de outros nove países: Grécia, Japão, Canadá, Argentina, Polônia, África do Sul, Itália, Hungria e EUA.

Os brasileiros aparecem em terceiro lugar entre os mais preocupados com o aumento da desigualdade em decorrência da eliminação de empregos com a adoção das máquinas. Eles ficam atrás de gregos (87%) e argentinos (86%).

O pessimismo também fica claro na avaliação de que as pessoas teriam mais dificuldade de encontrar emprego. De novo, o Brasil surge na terceira posição, com 83%. Grécia e Argentina lideram nesse quesito.

Para a maioria, muito do trabalho que hoje é realizado por humanos vai ser feito por robôs e computadores nos próximos 50 anos. Nesse sentido, os brasileiros estão entre os que menos veem esse cenário: só 18% acham que definitivamente isso vai ocorrer. Para 61%, a substituição é uma probabilidade.

Em contraste, metade dos gregos (52%) avalia que máquinas definitivamente farão o trabalho de humanos dentro de meio século, percentual bem parecido com o de sul-africanos (45%).

Os brasileiros mais jovens se mostram significativamente mais preocupados que as gerações mais velhas com o impacto da automação no mercado de trabalho. Segundo o Pew, 90% dos que têm entre 18 e 29 anos acham que a automação vai definitivamente acontecer, contra 77% dos que têm entre 30 e 49 anos e 73% dos acima de 50 anos.

O estudo identificou ainda um ceticismo em relação ao benefício econômico trazido pela automação. Em sete dos dez países avaliados, mais da metade da população não acha que a utilização de robôs e computadores em postos de trabalho vai tornar a economia mais eficiente. No Brasil, a fatia é de 47%.

Em nenhum dos países analisados a maioria da população considera que a aplicação de robôs e computadores no mercado de trabalho vai gerar novos empregos e melhorar os salários.

+ Banco Central da Turquia eleva taxa de juros para 24%

Os canadenses são os mais otimistas quanto a isso, e só 47% acreditam na associação positiva entre automação e mais trabalho e salário. Os brasileiros empatam com os poloneses em segundo lugar, com 37%.

No recorte por gênero, as brasileiras são mais céticas que os brasileiros: só 32% delas acham que a substituição vai gerar mais emprego e melhores salários, diz o Pew.

O Pew avaliou que a visão mais otimista entre automação e melhora no mercado de trabalho é mais forte entre os que acham que a economia de seus países vai bem. Isso foi observado entre os 42% dos argentinos que avaliam que o país vai bem, e entre os 54% de brasileiros que têm visão positiva da economia.

Já a população mais jovem está significativamente mais preocupada que as gerações mais velhas com o impacto da automação sobre o mercado de trabalho. Segundo o Pew, a inquietação com o tema é mais forte entre brasileiros com idades entre 18 e 29 anos.

O centro também perguntou de quem é a responsabilidade de preparar a força de trabalho para o futuro. Sete em dez brasileiros (74%) acham que o governo deveria compartilhar essa responsabilidade e garantir que eles tenham as habilidades para serem bem-sucedidos.

Para 73% dos brasileiros, as escolas deveriam desempenhar esse papel, enquanto só 71% acham que eles mesmos são responsáveis por se preparar para o futuro. Por último, 66% atribuem ao empregador essa função.

A OCDE (Organização para o Desenvolvimento Econômico e Social) estima que 14% dos empregos em economias avançadas poderiam estar suscetíveis à automação, e outros 32% poderiam substancialmente ser mudados, afetando as vidas de milhões de trabalhadores.

A Coreia do Sul é um dos países com maior nível de automação, com 600 robôs industriais instalados para cada dez mil trabalhadores em unidades fabris. No Japão, a proporção cai para 300, e nos EUA, para quase 200. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Rio Grande do Sul Há 9 Horas

Grávida, Miss Brasil 2008 está desaparecida há 3 dias após chuvas no RS

brasil enchentes no Rio Grande do Sul Há 10 Horas

Aeroporto de Porto Alegre suspende voos por tempo indeterminado

brasil Brasil agora mesmo

Pastor assume que beijou filha na boca: "Que mulherão! Ai, se eu te pego"

justica Santos Há 2 Horas

Homem é flagrado abusando sexualmente de moradora em situação de rua

brasil justa causa Há 9 Horas

Bancária é demitida ao postar foto no crossfit durante afastamento médico

justica São Paulo Há 9 Horas

Corpo achado em matagal é de adolescente que sumiu ao comprar lanche

mundo Guerra Há 22 Horas

Israel vai invadir Rafah se Hamas não aceitar acordo em até 1 semana, diz jornal

brasil enchentes no Rio Grande do Sul Há 2 Horas

Sobe para 57 o número de mortos em temporais do RS

lifestyle Ozempic Há 9 Horas

'Seios Ozempic' entre os possíveis efeitos colaterais do antidiabético

mundo Pensilvânia Há 10 Horas

Mulher morre após ser atingida por cilindro de metal desgovernado