Estúdios se renovam com curadoria para ambientes reais e virtuais

Produtoras desse tipo podem não ter o glamour do cinema ou da TV, mas tendem a apresentar lucro maior

© Heinz-Peter Bader / Reuters

Tech Som 23/09/18 POR Folhapress

A demanda da televisão e do cinema por trilhas sonoras e o interesse de empresas por curadoria musical fez com que crescessem negócios especializados em som. Produtoras desse tipo podem não ter o glamour do cinema ou da TV, mas tendem a apresentar lucro maior.

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Formado em música pela Unicamp, Kito Siqueira seguiu esse caminho. Há 13 anos comanda a Satélite Áudio, produtora de trilhas sonoras para empresas.

Antes de abrir o negócio, em sociedade com Roberto Coelho, também músico, Siqueira passou dois anos nos Estados Unidos, onde estudou música e foi estagiário em estúdios de cinema.

Hoje com 22 colaboradores, porte considerado grande no segmento, a Satélite prefere produzir para poucos, mas grandes clientes. A carteira hoje inclui Itaú, Vivo, Volkswagen, Ford.

"Em uma área tão competitiva como essa, leva muito tempo até construir o nome no mercado", diz Siqueira. Também é preciso estar preparado para as mudanças tecnológicas, para a oscilação da demanda e para as negociações, que, segundo ele, estão cada vez mais agressivas.

+ Spotify permitirá que músicos independentes publiquem seus trabalhos

Seus projetos incluem diferentes versões para as trilhas criadas, com tamanhos e formatos para a veiculação em TV, cinema, rádios ou internet. A Satélite também é contratada para criar e apresentar ao vivo músicas em eventos corporativos e produzir para o cinema, em menor volume -é um nicho que diz não ser tão rentável.

A produtora Lucha Libre, criada em 2014 em São Paulo, uniu sócios de vocações distintas, algo recomendado pelos especialistas em gestão: a criação cabe ao músico e produtor Paulinho Corcione e a administração e relação com clientes fica a cargo da produtora-executiva Daniela Celer.

Após mais de dez anos de experiência em produção, Daniela chegou a empreender como dona de food truck, mas voltou ao audiovisual há quatro anos, com foco em conteúdo para marcas.

"Tivemos um crescimento acelerado, hoje trabalhamos com as principais agências do país e clientes como Chevrolet, Hyundai e Banco do Brasil", diz Corcione.Em 2017, a Lucha Libre fechou uma parceria com o estúdio americano Drac, do músico Matt Sorum, ex-baterista do Guns N' Roses. O acordo permite que façam mixagens ali e facilita a contratação de músicos internacionais. A produtora já tinha parceria com um estúdio em Berlim, de olho no mercado europeu.

"Em um primeiro momento, a parceria funciona para trazer o know-how e a qualidade da produção internacional para a publicidade brasileira", diz Corcione.

O momento é favorável para o tipo de negócio. "Apesar das incertezas e da sazonalidade do mercado nacional, estamos vivendo uma fase de crescimento. Em quatro anos, conseguimos quadruplicar o faturamento", afirma o empresário.

A produtora, que tem hoje 14 funcionários, tem expectativa de crescer 25% em relação a 2017. O montante faturado, no entanto, não é revelado.

A empresa tem investido no mundo dos games, criando projetos de softwares de realidade virtual e jogos em parceria com o estúdio alemão. "Nosso parceiro é superespecializado nisso e tem uma boa experiência em inteligência artificial ligado à música, que é uma tendência do mercado", diz Daniela Celer.

As parcerias ajudam também a minimizar os efeitos da alta do dólar, que impacta diretamente na contratação de serviços no exterior.

Outra possibilidade de empreendimento nessa área é fazer curadoria musical para empresas -selecionar, por exemplos, as canções que estarão disponíveis para os passageiros em aviões. É o que faz hoje a Superplayer, criada em 2011 em Porto Alegre pelo engenheiro mecânico Gustavo Goldschmidt com dois de seus irmãos, com o objetivo de ser uma espécie de Spotify.

"A ideia era mimetizar o rádio no ambiente online, com listas de músicas para relaxar ou para praticar esportes, com possibilidade de fornecer publicidade orientada de acordo com o perfil do usuário", diz Goldschmidt.

No início de 2014, a Movile, dona do iFood, entrou no negócio como sócia investidora. Com o aporte financeiro, a Superplayer começou a faturar por meio de assinaturas e publicidade, chegando a 1 milhão de usuários ao mês.

Aos poucos, marcas começaram a procurá-los para projetos de curadoria. "Acabamos mudando de rumo, concentrando o negócio em produtos para empresas, e não tanto para o usuário final, à medida que outros aplicativos entraram no mercado brasileiro."

Hoje com 20 colaboradores, a Superplayer já teve mais de 4,5 milhões de downloads e estima um alcance de mais de 2 milhões de usuários ao mês. "Temos dobrado de tamanho a cada ano, e temos a expectativa de alcançar R$ 20 milhões de faturamento ao ano, em um prazo de 24 meses", afirma Goldschmidt. Com informações da Folhapress.

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