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No sábado (21), um tribunal do centro do Egito confirmou a condenação à morte de 183 apoiadores do presidente islamita deposto Mohamed Mursi, incluindo o líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie.
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Hoje, a Justiça egípcia condenou a sete e a dez anos de prisão três jornalistas da Al Jazeera, canal de televisão do Catar, acusados de apoiar o movimento Irmandade Muçulmana.
Para o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, “parece ser claro que esses processos não respeitam os princípios básicos de um julgamento imparcial”, disse o porta-voz Stéphane Dujarric.
Na opinião de Ban Ki-moon, “participar de manifestações pacíficas ou criticar o governo não deveria ser motivo de detenção ou de processos judiciais”, acrescentou o porta-voz.
O secretário-geral “acredita que ao permitir que todos os cidadãos exerçam de forma plena os seus direitos, o Egito sairá reforçado”, concluiu Dujarric.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, também criticou a conduta da Justiça egípcia, qualificando de “paródia de Justiça” os julgamentos em massa feitos no Egito, que já condenaram à morte mais de 220 pessoas.
Em comunicado divulgado em Genebra, Navi Pillay declarou estar “chocada e muito alarmada” com as sentenças aplicadas contra os jornalistas da Al Jazeera.
Na nota, a alta comissária considerou que as acusações apresentadas contra os jornalistas do canal de televisão do catar eram muito gerais e vagas. “Reforçando, portanto, a ideia de que o verdadeiro alvo é a liberdade de expressão”, destacou.
“Não é crime ter uma câmera ou tentar relatar os diferentes pontos de vista sobre um acontecimento. Não é crime criticar as autoridades ou entrevistar pessoas que têm opiniões impopulares”, disse a representante, apelando às autoridades egípcias para “libertarem sem demora” todos os jornalistas e profissionais de comunicação.
O jornalista egípcio-canadense Mohamed Fadel Fahmy, chefe da delegação da Al Jazeera até o momento em que ela foi proibida no Egito, e o australiano Peter Greste foram condenados a sete anos de prisão, enquanto o egípcio Baher Mohamed foi condenado a duas penas de prisão: uma de sete e outra de três.
Os três profissionais estavam detidos há cerca de seis meses.