Brasil e outros países pedem compensações por causa do Brexit

Além do governo brasileiro, mais de uma dezena de outros países demonstraram insatisfação com a proposta da União Europeia (UE)

© REUTERS / Simon Dawson

Economia insatisfação 10/10/18 POR Estadao Conteudo

O governo brasileiro e mais de uma dezena de outros países demonstraram insatisfação com a proposta da União Europeia (UE) sobre os reajustes de tarifas de importação por conta das negociações do Brexit, alertando que a proposta que está sobre a mesa pode representar perda de espaço para as exportações agrícolas.

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Como parte do processo de saída do Reino Unido da UE, tanto os europeus como os britânicos precisam estabelecer novas taxas e cotas para produtos estrangeiros, num processo complexo e que pode levar meses para ser solucionado.

Na prática, uma cota para um produto estrangeiro que existia para o bloco europeu precisa ser redesenhada, já que o mercado britânico não mais fará parte da união aduaneira.

Europeus e britânicos chegaram a um acordo para repartir essas cotas e garantir aos países exportadores, como o Brasil, que o total de toneladas que entraria não seria modificado em comparação ao que existia antes do divórcio entre Londres e Bruxelas.

Mas o governo brasileiro insiste que a conta não é exatamente apenas a de manter o mesmo volume de cotas. Afinal, ao exportar para um porto europeu hoje, a empresa brasileira tem garantias de que seu produto vai chegar até Londres sem custos adicionais.

Com o Brexit, o custo de exportar para dois mercados diferentes aumentaria e, portanto, encareceria o produto brasileiro. O volume de carnes e açúcar que entraria no mercado europeu e britânico, por exemplo, poderia ser afetado, com um impacto para as exportações.

O Itamaraty, na tentativa de dar uma solução para a questão, solicitou que o País fosse compensado pelo custo extra com a garantia de que teria uma cota maior para exportar, algo que foi rejeitado tanto pelos europeus como pelos britânicos.

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Debate

Na terça-feira, 9, na OMC, o tema foi alvo de um debate. Os governos de Brasil, Rússia, China, Índia, México, EUA, Argentina, Japão, Canadá e outras economias expressaram suas "preocupações" diante da proposta da UE.

Grande parte deles insistia que as cotas oferecidas pela UE para um cenário pós-Brexit acabaria reduzindo as exportações dessas economias para o mercado europeu, principalmente no setor agrícola.

Durante a reunião, os governos exportadores criticaram a metodologia usada pela UE e a precisão dos dados de importação utilizados e que foram usados como base para justificar uma mudança nos compromissos do bloco.

Já a administração de Donald Trump insistiu em questionar a precisão dos dados europeus. Para Washington, a proposta "não reflete as realidades comerciais e resultará em perda de acesso a mercados para os Estados Unidos".

O Brasil também pediu dados que "reflitam melhor a composição do comércio" para as negociações que estabelecerão as cotas na Europa, no futuro. De acordo com o Itamaraty, da forma pela qual os europeus apresentaram os dados, identificar direitos dos exportadores ficou inviável.

Na tentativa de se defender, a UE explicou que informou a todos os países sua intenção de modificar as concessões de cotas, como resultado do Brexit. Londres também indicou na mesma direção, mas sem sinalizar concessões. Com informações do Estadão Conteúdo.

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