May diz que está a um passo de destravar negociação do 'brexit'

O grande obstáculo ao avanço das conversas continua sendo o "backstop"

© Scott Heppell/Reuters

Economia sinalização 06/11/18 POR folhapress

A primeira-ministra britânica, Theresa May, indicou nesta terça-feira (6) que está a um passo de destravar a negociação dos termos do "brexit", a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), mas que seu governo não aceitará que eventuais condições excepcionais acordadas agora perdurem por tempo indeterminado.

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O grande obstáculo ao avanço das conversas continua sendo o "backstop", a garantia que a Irlanda (integrante da UE) exige de que, caso não haja acordo entre as partes, não volte a existir a chamada "fronteira dura" - na prática, controle de mercadorias e pessoas - com a Irlanda do Norte (que faz parte do Reino Unido e, portanto, está de saída do bloco europeu).

O "divórcio" acontece em 29 de março de 2019 e será seguido por um período de transição que vai até o fim de 2020. A preocupação de Dublin repousa sobre o que acontecerá após essa segunda data. O temor é o de que voltem à tona na ilha as tensões nacionalistas (relativas ao status do Norte) apaziguadas pela assinatura de um acordo de paz em 1998.

Para evitar a "fronteira dura", a UE sugeriu que a Irlanda do Norte permanecesse no espaço comum europeu enquanto outra solução não fosse encontrada. Mas isso significaria implantar uma checagem de bens entre a ilha da Grã-Bretanha e Belfast, o que May julga inaceitável por cindir o Reino Unido.

A primeira-ministra sugeriu então que tanto a Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales) quanto a Irlanda do Norte firmassem uma união aduaneira com a Europa para tornar obsoletos os "check points" de produtos.

A UE inicialmente rechaçou a proposta, mas agora estaria disposta a endossá-la, segundo a imprensa inglesa, já que o Dia D do "brexit" acontece daqui a menos de seis meses e é preciso dar tempo hábil para que os Parlamentos britânico e Europeu apreciem toda a operação de desligamento.

Na reunião ministerial de terça, segundo o porta-voz de May, discutiu-se a criação de um mecanismo para não manter o Reino Unido "preso" indefinidamente à hipotética união aduaneira com o bloco europeu.

A Irlanda já sinalizou que só considerará válido qualquer dispositivo de revisão periódica do "backstop" se ele não deixar brechas para um abandono unilateral da união aduaneira pelos britânicos -não custa lembrar, foi para ficarem livres da legislação europeia que eles votaram a favor do "brexit".

Enquanto isso, ganha fôlego a ala que ainda pretende bloquear a saída britânica e promover uma nova consulta popular -cenário reiteradamente descartado por membros do governo May ao longo dos últimos meses e de fato altamente improvável.

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Na segunda (5) à noite, a rede de TV Channel 4 divulgou pesquisa que mostra que, se o plebiscito de junho de 2016 que definiu o "divórcio" voltasse a ser realizado agora, 54% das pessoas escolheriam permanecer na União Europeia, contra 46% de votos pela ruptura. O placar dois anos atrás foi de 52% a 48% para o "leave" (sair).

Para realizar o levantamento, a agência Survation ouviu 20 mil pessoas entre 20 de outubro e 2 de novembro.

A sondagem mostrou que o "remain" (permanecer) passou a ser a opção da maioria em várias cidades médias (como Southampton e Nottingham) e grandes (como Birmingham) que votaram pelo desligamento britânico em 2016. A mudança de opinião é mais acentuada nos segmentos jovens da população.

A mesma pesquisa mediu a aceitação de um cenário hipotético em que, havendo acordo entre Reino Unido e Europa, seus termos seriam submetidos à população.

Se as opções fossem "aceitar o acordo" e "permanecer na UE", 43% dos ouvidos apoiariam a realização da consulta -ante 37% de opositores.

Não existindo acordo até março de 2019, 36% acham que o Reino Unido deveria levar adiante sua saída, mas 35% pensam que Londres deveria dar um passo atrás e ficar no bloco ao qual se filiou em 1973.

No domingo (4), o jornal inglês Sunday Times publicou uma carta aberta em que mais de 50 chefes de empresas britânicos pedem uma nova votação sobre o "brexit".

O texto, assinado por líderes de firmas de telecomunicação e varejo, faz referência à ruptura "às cegas ou destrutiva" que se desenha hoje e lista efeitos dela sobre investimento, cadeias de suprimentos e recrutamento de profissionais. Com informações da Folhapress.

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