Mercosul e UE não superam impasses e cúpula é suspensa

Uma última tentativa de aproximar as posições ocorrerá na semana que vem

© Francois Lenoir / Reuters

Economia Relações exteriores 16/11/18 POR Estadao Conteudo

Os negociadores do Mercosul e da União Europeia não conseguem superar os impasses e a ideia de convocar os chanceleres para tentar fechar um acordo a partir de segunda-feira, 16, está suspensa por enquanto.

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Uma última tentativa de aproximar as posições ocorrerá na semana que vem, por parte de equipes técnicas. Se houver finalmente um avanço, os ministros do Cone Sul e da Europa ainda poderiam se reunir no fim de semana seguinte, em Bruxelas.

Mas negociadores do Mercosul admitiram que, depois de cinco dias de intensas negociações na capital belga desde segunda-feira, os avanços foram apenas "milimétricos".

O bloco sul-americano aponta que, do lado europeu, nenhuma concessão foi dada no setor agrícola, um dos principais pontos de interesse do Mercosul num eventual acordo de livre comércio com a Europa.

A Comissão Europeia vem acenando que quer um acordo antes do final do governo de Michel Temer. A preocupação dos europeus é de que, com o governo de Jair Bolsonaro no poder, as condições para um acordo seriam modificadas.

Além disso, o temor é de que o novo chanceler, Ernesto Araujo, confirme a tendência de o Itamaraty privilegiar as relações com os EUA, e não com a Europa.

Espanha, Portugal e Alemanha estariam entre os países mais dispostos a insistir por um acordo. Mas internamente, Bruxelas vem sofrendo a pressão por parte de governos de economias mais protecionistas que rejeitam abrir seu mercado aos produtos agrícolas do Mercosul.

Nas capitais europeias, o lobby tem sido intenso para impedir que haja uma oferta para que se permita uma maior exportação de açúcar, etanol e carnes por parte de Brasil ou Argentina.

A pressão também tem vindo da sociedade civil e de parte de deputados de origem de setores mais protecionistas.

Ao longo do anos, esses grupos usaram de diferentes argumentos para justificar uma suspensão do processo negociador: o escândalo de corrupção no setor de vigilância sanitária, a morte da vereadora Marielle Franco e, agora, eleição de Jair Bolsonaro.

Na semana passada, mais de 20 grupos de proteção animal emitiram carta para a Comissão Europeia exigindo o fim das negociações com o Mercosul.

Bruxelas decidiu manter os encontros com os negociadores do Cone Sul. Mas sua posição foi enfraquecida.

Negociadores do bloco sul-americano indicaram ao Estado que chegaram à cidade de Bruxelas no início da semana prontos para fechar compromissos e ceder em vários capítulos da negociação. Mas não sentiram a mesma disposição por parte de Bruxelas.

Ao final da semana, portanto, o Mercosul se queixa de que a UE de não está cedendo, algo que teria ficado claro nos cinco dias de negociações nesta semana. O bloco sul-americano insiste que vem oferecendo soluções em diversos setores para atender aos pedidos europeus no setor de automotivos e mesmo na proteção de vinhos e outros produtos da UE.

Mas não foi atendido em suas principais reivindicações, principalmente no que se refere a um maior acesso a produtos agrícolas.

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