Especialistas defendem mais investimentos para controle do ebola

«O surto de ebola na África Ocidental desafia o sistema internacional de saúde a controlar a doença que já atingiu 1.093 pessoas e matou 660 na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dificuldade de acesso a áreas rurais desses países, fragilidades no sistema de saúde e o baixo conhecimento da população sobre o vírus atrapalham o controle do ebola, segundo especialistas em doenças tropicais.

© AFP

Mundo Saúde 27/07/14 POR Agência Brasil

O surto de ebola na África Ocidental desafia o sistema internacional de saúde a controlar a doença que já atingiu 1.093 pessoas e matou 660 na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria, segundo dados  da Organização Mundial da Saúde (OMS). Dificuldade de acesso a áreas rurais desses países, fragilidades no sistema de saúde e o baixo conhecimento da população sobre o vírus atrapalham o controle do ebola, segundo especialistas em doenças tropicais.

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Responsável por monitorar equipes de saúde nos países afetados, o pesquisador Emmanuel Bottieau, do Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia, na Bélgica – uma das organizações que descobriram a doença, na década de 1970 -, disse que o controle do ebola depende de mais investimento.

“Tem que ter muito dinheiro. É preciso estabelecer locais para isolar o doente, os profissionais de saúde devem estar protegidos da cabeça aos pés, com máscaras, roupas de proteção, incluindo os olhos; ter gasolina e carros para chegar a áreas isoladas”, explicou Bottieau, que é chefe da Unidade de Doenças Tropicais do instituto e coordena médicos em campo. Ele conta que, em Serra Loa, faltam roupas de proteção e enfermeiros estão amedrontados.

Ele acredita também que o atraso no diagnóstico e nos cuidados com os pacientes eleva o número de óbitos, além da alta letalidade da doença, que varia de 80% a 90%. “Os centros de saúde não funcionam bem, as pessoas esperam muito tempo e assim o ocorre a disseminação. Quando a família vem com um doente outras pessoas já foram infectadas”, esclareceu.

A pesquisadora Valdiléia Veloso, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que estuda a doença do Brasil, se preocupa com a falta de conhecimento da população na África sobre formas de contágio da doença. Ela destaca a necessidade de mudanças de hábitos, principalmente, em funerais. “Assim como no Brasil, as pessoas tem o costume de tocar, de beijar os mortos e isso ajuda a transmitir a doença”, explicou.

Valdiléia critica também a demora para a chegada de ajuda de equipes internacionais, o que deu tempo para a doença se espalhar. Bottieau observa ainda que os governos locais tiveram dificuldade para lidar com o surto. “Os países são independentes. Não é possível dizer o que fazer e tomar decisões no lugar dos políticos locais. A OMS e outras organizações podem dar assistência técnica, mas é mais um problema de dinheiro e logística”, reforçou.

Os especialistas explicam que novos medicamentos e vacinas são estudados desde o descobrimento do ebola. Porém, o fato de a doença atingir, por enquanto, apenas países pobres atrasa a cura.

O ebola provoca febre, diarreia e dores pelo corpo. É uma doença transmitida ao homem por animais, como o macaco, em áreas rurais. Surtos rápidos já foram notificados na República Democrática do Congo e, agora, pela primeira vez, em Serra Leoa e na Guiné.

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