Mudança da regra diminui obsessão de pilotos da F-1 por perda de peso

Em 2018, o peso mínimo do conjunto carro e piloto era de 734 kg. Agora, o peso mínimo é 740 kg, sendo que, obrigatoriamente, o piloto conta como 80 kg, mesmo pesando menos

© Reuters

Esporte automobilismo 21/12/18 POR Folhapress

Há pelo menos 10 anos, é a mesma história: nesta época de festas de fim de ano, enquanto muita gente está pensando na ceia, os pilotos já estão começando sua preparação para a temporada seguinte da Fórmula 1.

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Via de regra, isso envolve uma dieta restritiva e a preparação física, feitas prioritariamente entre o fim de dezembro e meados de fevereiro. Mas, neste ano, não se vê mais postagens de pilotos reclamando que estão passando fome enquanto a maioria se esbalda. E há uma explicação para isso: uma mudança de regra acabou com a "ditadura da magreza" na categoria.

Em 2018, o peso mínimo do conjunto carro e piloto era de 734 kg. Agora, o peso mínimo é 740 kg, sendo que, obrigatoriamente, o piloto conta como 80 kg, mesmo pesando menos. Ou seja, se o piloto estiver abaixo disso, será colocado um lastro junto ao cockpit. É uma vitória depois de anos de reclamações dos pilotos mais altos, que tinha que, literalmente, passar fome para ao menos diminuírem a desvantagem em relação aos mais baixos.

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Isso porque há casos de diferenças de até 17 kg entre pilotos da mesma equipe e, como geralmente os carros estão bem próximos ou abaixo do peso mínimo, o carro do piloto menos pesado tinha lastros em locais estratégicos para melhorar seu equilíbrio, vantagem que quem era mais pesado não poderia ter.

Além disso, o peso adicional na posição em que o piloto fica é particularmente prejudicial para o equilíbrio do carro. Então a diferença entre ter um piloto de 80 kg e outro de 70kg com lastros espalhados em pontos específicos podia chegar a 0s3 por volta dependendo do circuito.

Principalmente por questões de segurança, o peso mínimo dos carros tem aumentado muito, especialmente de 15 anos para cá. Afinal, dispositivos como a célula de sobrevivência cada vez mais reforçada e o halo somam peso ao carro.

Especialmente quando o KERS foi introduzido, em 2009, os pilotos tiveram que reduzir drasticamente seu peso. Na época, até o "baixinho" Fernando Alonso, de 1,71m, fez uma dieta tão brutal que desmaiou depois da quarta corrida da temporada, no Bahrein. Seu companheiro a partir da metade daquele ano, Romain Grosjean, conta que começou a tomar gosto pela culinária naquela época.

"Estava cansado de comer sempre a mesma coisa, então comecei a ler mais sobre o assunto. Tudo culpa da dieta do KERS!", disse o francês, que hoje até tem livro de culinária e gosta de fazer bolos para os três filhos quando está em casa. Ele não pode exagerar, contudo, pois está no grupo de pilotos com 1,80m ou mais, time que tem também Max Verstappen, Charles Leclerc, Daniil Kvyat, Lance Stroll, Antonio Giovinazzi, Robert Kubica, George Russell, Nico Hulkenberg e o mais alto do grid, Alexander Albon.

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Ou seja, em um esporte que costumava reunir principalmente baixinhos, hoje metade do grid tem pelo menos 1,80 m e grandes chances de passar dos 80 kg, especialmente quando se treina para ganhar massa muscular, uma vez que músculos são mais densos que a gordura e, no jargão popular, "pesam mais".

É lógico que ninguém quer passar dos 80 kg que agora já vêm "descontados" do peso mínimo, mas todo aquele cuidado para estar o mais magro possível ao mesmo tempo em que se está apto a competir em alto nível ficou para trás com a nova regra. Agora, eles estão livres para se condicionarem sem terem que, ao mesmo tempo, seguir uma dieta muito restritiva. Serão, com isso, atletas melhores em 2019.

"Com razão, vários pilotos vinham pedindo há anos por essa mudança", lembrou o diretor técnico da Williams Paddy Lowe. "Especialmente os pilotos mais jovens estão sendo constantemente forçados a perder peso e isso pode levar a problemas de saúde."

Os mais baixos e leves continuam tendo certa vantagem, mas ela é menor. Lewis Hamilton, de 1,74 m, já avisou que pretende aparecer mais musculoso no começo da temporada. "Quero aproveitar a nova regra para mudar meu treino, ganhar mais massa muscular, fazer menos exercícios cardiovasculares. Vou aparecer bem diferente ano que vem", disse à reportagem.

A fase mais aguda da preparação física dos pilotos ocorre nesta época do ano devido ao calendário recheado de viagens a partir de meados de fevereiro, quando começam os testes coletivos, a partir do dia 18, na Espanha. A temporada começa um mês depois, na Austrália. Com informações da Folhapress.

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