Em ano tórrido, artistas negros dominam e a cena indie se firma

Banksy, o misterioso grafiteiro britânico, orquestrou a destruição espontânea de um de seus trabalhos em pleno salão de leilões da Christie's, em Nova York

© Divulgação/Sotheby's

Cultura Arte 23/12/18 POR Folhapress

Uma das performances mais memoráveis do ano não aconteceu num museu ou galeria. E o espaço destinado à arte como reflexo de seu momento também não mostrou nada com a temperatura desses tempos tórridos.

PUB

Banksy, o misterioso grafiteiro britânico, orquestrou a destruição espontânea de um de seus trabalhos em pleno salão de leilões da Christie's, em Nova York. E a Bienal de São Paulo, comandada pelo espanhol Gabriel Pérez-Barreiro, mais pareceu uma anódina mostra de museu, com artistas trocando elogios na jaula moderna de Oscar Niemeyer.

Entre as instituições, ao menos, uma lufada de ar fresco. O ano que chega ao fim foi dos criadores negros juntos na monumental "Histórias Afro-Atlânticas", uma das melhores mostras em décadas.

Isso sem contar a força de espaços independentes, cada vez mais necessários num ambiente de erosão das certezas.

Neste ano em que Marielle Franco foi assassinada e Jair Bolsonaro foi eleito presidente, o circuito artístico ainda mostrou as garras em lugares inesperados, cravando 2018 como grande momento de deslocamentos e inversões.

O espetáculo -ainda que bizarro- migrou para os leilões. Enquanto o truque de Banksy e o recorde de artista vivo atingido por David Hockney representam a alta, o encalhe da tela de Jackson Pollock ofertada por um MAM do Rio falido foi a baixa.

Longe da mais alienada Bienal de São Paulo, mostras e performances de fôlego encheram o circuito paralelo com uma pegada política que, mesmo beirando o oportunismo, aumentou a voltagem em tempos de ultrapolarização.

Um dos endereços mais fervidos, aliás, foi a Casa do Povo, espaço paulistano no coração do Bom Retiro que melhor encarnou o zeitgeist de nossa cultura viciada em tudo ao mesmo tempo agora.

Enquanto tudo ardia em São Paulo, a não ser o parque Ibirapuera, o Rio de Janeiro viu o retorno de uma bobagem chamada "Queermuseu". A exposição, ressuscitada no Parque Lage por meio de crowdfunding depois de ser interditada em Porto Alegre, só acirrou as guerras culturais que vedam os olhos do público e da crítica para o que mais importa.

O saldo positivo foi deixar claro que a liberdade de expressão sobrevive, mesmo que seja para pagar alguns micos.

Duas pequenas vitórias ainda marcam o ano. O Paço das Artes voltou a ter uma sede, agora em Higienópolis, e a briga entre museus e aeroportos parece ter chegado ao fim, com uma resolução do governo que proíbe a cobrança abusiva de taxas para a entrada de obras de arte no país. Se tudo continuar de pé num futuro próximo, o ano que vem pode trazer belas novidades. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Jojo Todynho Há 13 Horas

Jojo Todynho veste roupa que usava antes de perder 50kg. "Saco de batata"

brasil Herança Há 15 Horas

Viúvo de Walewska cobra aluguel para que sogros morem em imóvel da filha

mundo EUA Há 12 Horas

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

brasil Rio Grande do Sul Há 15 Horas

Governador do RS alerta para "maior desastre da história" do estado

fama Brian McCardie Há 13 Horas

Morre Brian McCardie, ator da série Outlander, aos 59 anos

brasil MORTE-SC Há 14 Horas

Adolescente de 14 anos morre após ser picado por cobra venenosa em SC

mundo Londres Há 13 Horas

Responsável por ataque com espada em Londres tem cidadania brasileira

fama Isabel Veloso Há 15 Horas

Marido de influencer com câncer terminal: 'Finjo que não vai acontecer'

fama Bastidores da TV Há 5 Horas

Bianca Rinaldi relata agressões de Marlene Mattos: "Humilhação"

economia INSS Há 12 Horas

INSS começa a pagar 13º antecipado; veja quem tem direito