'É proibido fazer proselitismo político' nas Forças Armadas, diz chefe

Eduardo Villas Bôas garante que militares estão 'extremamente disciplinados'

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Política Villas Bôas 04/01/19 POR RUBENS VALENTE E CAMILA MATTOSO

 

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O comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, disse à reportagem que é "absolutamente proibido fazer proselitismo político" nas fileiras das Forças Armadas e que elas estão "extremamente disciplinadas" e coesas.

Ele respondeu à pergunta sobre se o início do governo Jair Bolsonaro, com a presença de militares no primeiro escalão, causa preocupação quanto à disciplina e a à hierarquia nas tropas. O general disse que esse risco, se existisse, era "mínimo" e estaria restrito a um caso isolado. Proselitismo é o esforço para convencer pessoas a participar de um grupo ou partido político ou seguir determinada ideologia.

Villas Bôas será substituído no próximo dia 11 pelo general Edson Leal Pujol, obedecendo ao rodízio normal dos comandantes das três Forças que ocorre a cada início de mandato presidencial. Ele concedeu a entrevista logo após a transmissão de cargo do ministro da Justiça, Sergio Moro, nesta quarta-feira (2), no Palácio da Justiça. Villas Bôas disse que a dúvida da reportagem sobre risco de politização nas fileiras das Forças Armadas era pertinente.

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"Essa sua pergunta é pertinente porque estamos vivendo uma situação inédita, com grande participação de militares. Mas isso não significa a volta dos militares ao poder e tampouco a volta do Exército ao poder. A nossa atividade dentro dos quartéis é essencialmente de caráter militar e profissional. Absolutamente é proibido fazer proselitismo, qualquer tipo de proselitismo político, para A ou para B. E há um amadurecimento profissional muito grande. Às vezes as pessoas não entendem que nós vivemos outros tempos completamente diferentes. Então eu posso afirmar, garantir, que agora sob o comando do general Pujol, isso vai se manter. São instituições apolíticas, de Estado e devem servir à nação".

O comandante do Exército afirmou ainda que as Forças Armadas estão unidas na disciplina. "As Forças Armadas -e isso não é uma obra minha, vêm de uma trajetória da ação dos com andantes anteriores- estão extremamente disciplinadas. Isso é muito importante para a manutenção da coesão. Esse é o nosso maior ativo, a nossa coesão. Não há risco [de proselitismo político], se houver é absolutamente mínimo, seria um caso isolado", disse o comandante do Exército.

Villas Bôas também concordou com uma afirmação de Sergio Moro durante seu discurso na solenidade. O novo ministro disse que o Supremo Tribunal Federal e as Forças Armadas são "fiadores da estabilidade". Villas Bôas repetiu que os militares são "fiadores junto com a Justiça".

"Nós até estabelecemos no Exército uma trilogia, três pilares que nós íamos trabalhar sempre para manter a estabilidade sempre dentro de critérios de legalidade e preservando a nossa credibilidade perante a população. Eu enfatizei em várias oportunidades que se as Forças Armadas fossem empregadas, se socorreriam de acordo com o que prevê a Constituição por iniciativa de um dos Poderes, exatamente para proteger a Constituição, defender as instituições e garantir a democracia. Jamais por iniciativa própria, jamais", repetiu o comandante do Exército.

A entrevista de Villas Bôas ocorreu antes de um discurso feito por Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto durante o qual ele afirmou, sem dar detalhes, que o general era "um dos responsáveis" pela chegada do deputado federal à Presidência.

Villas Bôas comentou também o fim do prazo da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ele disse que "o aspecto mais bem sucedido" da operação não foi na ação da rua, "mas sim na reestruturação do sistema de segurança pública do Rio de Janeiro, recuperando os critérios de gestão e mudando a estrutura e dando uma capacidade de longo prazo. Nós esperamos que os ensinamentos colhidos e as conquistas alcançadas se mantenham".

Indagado sobre os pontos negativos da intervenção, Villas Bôas reconheceu que a solução para a crise de segurança no Rio não se esgota em ações militares ou policiais. "O que precisa evoluir é a concepção de que o simples emprego das Forças Armadas possa resolver isso. Tem que ir muito além, exige, além do emprego das forças policiais e armadas, mudanças, ações de caráter multidisciplinar que tenham capacidade de mudar a realidade daqueles ambientes que são fontes de matéria-prima para o crime organizado. Um deles inclusive é a questão da droga, citada aqui enfaticamente pelo ministro Moro", disse o general. Com informações da Folhapress.

 

 

 

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