'Ganância e heroísmo são atemporais', diz Peter Jackson

Diretor de 'King Kong' assina 'Máquinas Mortais', adaptação de livro de Philip Reeve que estreia nesta quinta (10)

© POOL New / Reuters

Cultura Cinema 09/01/19 POR Folhapress com RODRIGO SALEM

O diretor Peter Jackson se recuperava das longas filmagens da trilogia "O Senhor dos Anéis" e da refilmagem de "King Kong" (2005), quando mergulhou na série literária "Máquinas Mortais", do britânico Philip Reeve.

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"Iria apenas ler o primeiro livro", diz o diretor à reportagem. "Mas me apaixonei pelos personagens e por aquele mundo futurista em que cidades se locomovem sobre rodas. Terminei fazendo uma maratona com as quatro obras".

Dois anos depois, em 2009, o neozelandês decidiu comprar os direitos para levar a série para os cinemas como seu próximo projeto.

Mas J.R.R. Tolkien entrou novamente na sua vida: os estúdios Warner e MGM fecharam o demorado acordo para produzir três filmes baseados em "O Hobbit", livro que antecede os eventos de "O Senhor dos Anéis", com Jackson assumindo as rédeas até 2014 - substituindo Guillermo del Toro, que saiu por problemas na agenda.

"Ficamos seis anos com os direitos parados", confirma o cineasta, que terminou a nova trilogia "com o cérebro frito" e decidiu passar a nova adaptação para seu pupilo, Christian Rivers.

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"Ele trabalhou na direção de segunda unidade de 'O Hobbit' e basicamente dirigiu sozinho a sequência dos barris no rio. Eu sabia que ele estava pronto para assumir um projeto como diretor e, como parte da nossa família há 25 anos, não queria que ele começasse a carreira com outra pessoa."

"Máquinas Mortais" chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (10) com Peter Jackson se esforçando no papel de produtor, dando entrevistas, comparecendo a pré-estreias e colocando seu rosto na divulgação.

As razões passam pela pouca visibilidade dos livros de Reeve fora da Inglaterra e pelo elenco semidesconhecido -Hugo Weaving ("Matrix"), que faz o vilão Thaddeus Valentine, é o rosto mais conhecido.

"É um risco, mas é uma decisão consciente", admite Jackson. "Quando o filme se passa em um mundo inteiramente novo, acho melhor que não seja povoado por atores famosos. Quero que o público se perca dentro daquele universo. Foi assim com Orlando Bloom em 'O Senhor dos Anéis'. Lembro que ninguém fazia perguntas para Viggo [Mortensen] nas coletivas e agora ele concorre aos Oscar."

E o universo de "Máquinas Mortais" não é de fácil assimilação. Três mil anos no futuro, a Terra passou por um cataclismo e as poucas metrópoles restantes se locomovem sobre rodas, engolindo outras cidades menores como forma de abastecimento.

No meio desse cenário de "Mad Max" encontra "Star Wars", um jovem com sonhos de piloto (Robert Sheehan) se une à misteriosa Hester (Heral Hilmar), uma garota em busca de vingança, para questionar o sistema opressor de uma Londres comandada por Valentine.

Jackson conta que o roteiro escrito com Fran Walsh e Philippa Boyens não foi criado para refletir mensagens políticas sobre colonialismo, imigração e corporativismo.

"Você não pode escrever olhando para manchetes de jornais, mas fico feliz de que o filme ecoe os problemas do presente", diz ele. "Mas atitudes humanas são atemporais, então focamos a ganância, o heroísmo e o poder político que parecem imutáveis ao longo da história."

Essa mistura de steampunk e fantasia não funcionou nas bilheterias. "Máquinas Mortais" custou cerca de US$ 110 milhões e ainda não alcançou nem os US$ 70 milhões de arrecadação em todo o mundo.

O prejuízo para o estúdio Universal pode ultrapassar os US$ 100 milhões e certamente coloca um fim nos planos de mais três longas.

Jackson, por sua vez, tem opções. Ele conta que foi procurado pela Amazon Video há oito meses para acertar sua participação na bilionária série derivada de "O Senhor dos Anéis".

Ele recusou o emprego de showrunner ("Nunca fiz TV antes e há muita gente inteligente capaz de assumir esse papel melhor que eu"), mas revela que "aceita se envolver em alguma escala menor".

"Estamos esperando os roteiros para ver como vamos prosseguir, mas não fechamos nenhuma porta", garante o cineasta, revelando que a Weta, sua empresa de efeitos especiais, está negociando com a empresa de streaming.

"A Amazon deseja que a série tenha o mesmo tom, visual e design dos meus filmes, então gosto muito dessa ideia. Eles querem filmar na Nova Zelândia e estamos conversando, mas não há nada concretizado. Certamente, há outros interessados", desconversa o cineasta. Com informações da Folhapress.

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