Câmara não pode ser 'panelinha', diz candidato à presidência da Casa

Fábio Ramalho diz que vai acabar 'com esse negócio de alto e baixo clero'

© Divulgação

Política postulante 11/01/19 POR Folhapress

 

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Queridinho dos parlamentares do chamado "baixo clero" e candidato à presidência da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), o Fabinho, afirma que, se ganhar, fará uma gestão "sem panelinhas".

"Nós vamos acabar com esse negócio de alto e baixo clero", afirmou à reportagem em seu gabinete nesta quinta-feira (10).

O vice-presidente da Casa -conhecido pelos jantares com comida mineira farta que oferecida aos pares durante as noites de votação e as festas que dá em seu apartamento funcional- criticou a atuação do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"Faltou ao presidente a defesa da casa, a defesa da instituição da Câmara", disse ele, que também afirmou que há entre os candidatos de oposição à reeleição de Maia um pacto para apoio mútuo num eventual segundo turno.

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Com bom trânsito entre os novatos, Ramalho pode amealhar cerca de cem votos, estimam aliados.

Pergunta - O sr. foi ser recebido por Jair Bolsonaro no Planalto. Pretende se colocar como candidato do presidente?

Fábio Ramalho - Eu sou independente. Fui fazer para ele uma visita de cortesia. E também dizer a ele que eu votarei as reformas de graça, mas que elas têm que ser construídas aqui no parlamento.

P - Como seria a relação de uma eventual gestão sua com o governo Bolsonaro?

FR - A Câmara tem que fazer o trabalho dela, tem que ter a sua pauta. Hoje a pauta nossa quase que não existe, a gente fica aqui carimbando coisa. Tem que acabar com essa "carimbação". Hoje a gente tem 513 deputados, e temos que ter pelo menos um projeto de cada um.

P - O partido do sr. não declarou apoio à sua candidatura, e pode se unir a outros candidatos, como Rodrigo Maia (DEM-RJ) ou Arthur Lira (PP-AL). O sr. acha viável ganhar sem apoio partidário?

FR - Minha candidatura nasceu de vários parlamentares, tanto dos que foram reeleitos quanto dos que perderam a eleição. Eles acharam eu eu deveria ser o presidente porque eles viram que durante este mandato eles foram muito prejudicados pela maneira como a Casa foi conduzida.

Precisamos de um Parlamento independente, porque só assim teremos uma democracia forte e vamos poder fazer reformas.

P - O sr. foi vice-presidente da Câmara durante toda a gestão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Por que romper com ele agora e sair candidato?

FR - Não teve rompimento. O Rodrigo nunca nos procurou. A Mesa [Diretora] se reuniu muito pouco nesse período, e para cassar um deputado inconstitucionalmente [Paulo Maluf (PP-SP) perdeu o mandato em agosto de 2018].

A gente viu parlamentares sendo presos com crime prescrito [João Rodrigues (PSD-SC)]. Essa aqui é uma Casa soberana.

O que eu quero fazer é uma Câmara forte, independente, e não de uma "panelinha" de 20 [pessoas]. Posso afirmar que as reformas não avançaram porque o parlamento não foi ouvido. Quem foi ouvido foram os donos de bancos, foram investidores financeiros. [Maia] esqueceu de fazer a reforma dentro da Casa. A Casa, quando é um puxadinho do Planalto, não funciona.

P - Então, para o sr., a gestão Maia foi voltada para o Planalto e não para a Câmara?

FR - Foi voltada para algumas poucas pessoas, e não defesa da instituição Câmara dos Deputados. A Casa precisa ser mais defendida, ela precisa ter mais força.

P - Há outros postulantes em oposição ao Maia. Num eventual segundo turno, essas candidaturas se unirão?

FR - Tem esse compromisso entre todos nós. E qualquer outro candidato que quiser concorrer tem o nosso compromisso de que, quem for pro segundo turno [contra Maia], nós vamos apoiar.

P - O sr. disse que há na Casa uma "panelinha". O sr. pretende fazer uma gestão voltada para o chamado "baixo clero"?

FR - Eu penso que eu vou fazer uma gestão para os 513 deputados. Nós vamos acabar com esse negócio de baixo e alto clero.

P - O sr. tem procurado deputados de partidos que já fecharam com a candidatura de Maia, como PSL e PRB?

FR - Já conversei com quase todo mundo. Eu estou procurando os deputados, não as lideranças, porque muitas vezes fecha-se o acordo primeiro e depois se avisa o parlamentar.

P - O sr. é favorável à aprovação da reforma da Previdência?

FR - As reformas são necessárias para a sobrevivência, inclusive dos mais pobres. O brasileiro tem que saber disso. Eu já falei com o presidente Bolsonaro que ele tem que fazer isso, eu vou fazer isso aqui na Câmara.

P - O sr. colocaria para votar projetos como o Escola sem Partido, a PEC do aborto?

FR - Eu acho que qualquer tema na Casa tem que ser discutido, tem que ser votado. Com informações da Folhapress.

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