Na corrida do Oscar, 'Cafarnaum' narra luta de garoto para sobreviver

Longa recebeu os prêmios do júri oficial, do júri ecumênico e o de Cidadania no Festival de Cannes em 2018

© Divulgação

Cultura cinema 17/01/19 POR SÉRGIO RIZZO para Folhapress

SÉRGIO RIZZO (FOLHAPRESS) - O calvário de fundo autobiográfico a que François Truffaut submete seu personagem Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) em "Os Incompreendidos" (1959), clássico da infância no cinema, parece coisa de pequeno-burguês parisiense perto do que o menino Zain (Zain Al Rafeea) enfrenta em "Cafarnaum". Um dos favoritos ao Oscar de filme estrangeiro (as indicações saem na próxima terça, 22), o longa recebeu os prêmios do júri oficial, do júri ecumênico e o de Cidadania no Festival de Cannes em 2018.

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A diretora, roteirista e atriz libanesa Nadine Labaki ("Caramelo") levou também, entre muitos outros, o prêmio do público na Mostra Internacional de São Paulo do ano passado por esse drama, que guarda relação mais direta com outros filmes em que crianças lutam pela sobrevivência -sob os olhares indiferentes ou sob a sanha aproveitadora de adultos.

Os cenários de miséria material e moral se replicam em obras como "Alemanha, Ano Zero" (1948), de Roberto Rossellini, "Os Esquecidos" (1950), de Luis Buñuel, e "Pixote, a Lei do Mais Fraco" (1981), de Hector Babenco.

"Cafarnaum" (caos) é ambientado em uma área da região metropolitana de Beirute, capital do Líbano, que mais parece uma sucursal do inferno. Zain nasceu em uma família numerosa e precisa ajudar em casa. Além de trabalhar, ele funciona como um esteio precoce para alguns irmãos, preocupado com o que pode lhes acontecer na primeira esquina, e assume responsabilidades que seriam dos pais.

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A certa altura, uma fagulha incendeia as relações já esgarçadas da casa e Zain dá um salto no abismo: o que já era um cotidiano pesadíssimo vai se tornando um martírio que seria insuportável até mesmo para muitos adultos. Mas o menino tem uma chama que o faz resistir bravamente às dificuldades, e o filme extrai dessa capacidade inesgotável de continuar a se mover o principal trunfo para envolver o espectador.

Labaki combina denúncia sociopolítica -que inclui a pauta dos refugiados- com uma abordagem dolorosa de laços familiares, em que viver se configura como uma aventura solitária e ameaçadora.

CAFARNAUM

Direção: Nadine Labaki

Produção: Líbano/EUA, 2018. 120 min

Elenco: Zain Al Rafeea, Yordanos Shiferaw e Boluwatife Treasure

Classificação: 16 anos

Avaliação: muito bom. Com informações da Folhapress.

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