Pela primeira vez em cinco anos, SP reduz número de mortes pela polícia

Em 2017, o indicador bateu recorde e fez da polícia paulista a segunda mais letal do país

© Fernanda Cruz/ Agência BrasilÃO

Justiça 851 vítimas 24/01/19 POR Folhapress

Pela primeira vez em cinco anos, o estado de São Paulo reduziu os índices de letalidade policial, que apresentavam alta desde 2013. Em 2018, 851 pessoas foram mortas por policiais civis e militares, contra 940 no ano anterior -queda de 9%.

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Em 2017, o indicador bateu recorde e fez da polícia paulista a segunda mais letal do país, atrás apenas da fluminense.

A maior redução foi observada na Região Metropolitana, onde a letalidade policial caiu 22%. Na capital, foi de 9% -no interior, o índice não sofreu variação. Os dados constam de balanço atualizado divulgado nesta quarta (24) pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

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Apesar da queda registrada no ano passado, as mortes pelas forças de segurança ainda representam uma fatia significativa dos homicídios no estado. Se somadas às vítimas de latrocínio e de homicídio doloso, equivalem a 20% do total de assassinatos em São Paulo.

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Os resultados contrastam com o discurso adotado pelo governador João Doria (PSDB) durante a campanha pelo governo. Pegando carona na onda de popularidade do hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL), que já afirmou que "a Polícia Militar no Brasil tinha que matar mais", o tucano disse, em entrevista à rádio Bandeirantes, que, "se [um bandido] fizer o enfrentamento com a polícia e atirar, a polícia atira. E atira para matar".

À reportagem, na terça (22), o governador negou que estivesse incentivando alguma ação ilegal da polícia e disse que, "se ele [o bandido] reagir armado aos policiais que estão ali com ordem de prisão e mantiver essa reação, a orientação do governador é que ele seja abatido".

Tal posicionamento vai de encontro à postura adotada pelo coronel Marcelo Vieira Salles, no comando da Polícia Militar paulista desde abril de 2018. Ainda durante a campanha eleitoral, Salles disse ao portal UOL que o objetivo da corporação é proteger vidas e que o trabalho policial precisa ser técnico.

"Qualquer polícia do mundo é feita para conter a violência. [...] O policial só deve fazer uso da força, de forma progressiva, quando se vê numa situação em que deve se defender ou preservar a vida de um terceiro."

Apesar dos pontos de vista divergentes, Salles foi mantido por Doria no comando da PM.

Segundo especialistas, a política adotada pelo coronel dentro da corporação foi de grande importância para a redução da letalidade policial.

"O discurso das pessoas que ocupam as principais posições na liderança da segurança de alguma forma se conecta com a atuação cotidiana dos policiais. Saber que a liderança da instituição entende que é importante que a polícia atue da forma mais estritamente legal possível com certeza é importante para que os policiais tenham essa observância no seu cotidiano de trabalho", disse David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Marques também observa que o movimento atual que defende o endurecimento da atuação das polícias no país pode afetar os indicadores de letalidade, ainda que, dentro da PM paulista, o entendimento seja diverso.

Apesar disso, o pesquisador considera que, em geral, a sociedade paulista tende a cobrar da polícia uma atuação mais legalista, o que nem sempre é tão forte em outros estados.

"Existe aqui em São Paulo uma pressão social com reação à atuação da polícia. Isso é bastante positivo porque contribui para que a polícia continue funcionando dentro dos parâmetros legais." Com informações da Folhapress.

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