Vale abre em alta de 7% na Bolsa após corte de produção de ferro

Com a decisão, a empresa terá de cortar até em 40 milhões de toneladas por ano da produção de minério

© Prisões de Temer aprofunda queda na Bolsa e pressiona dólar

Economia MERCADO FINANCEIRO 30/01/19 POR Folhapress

A mineradora Vale abriu em alta de mais de 7% na Bolsa brasileira nesta quarta-feira (30), após a empresa anunciar na véspera um plano de ação em resposta à tragédia de Brumadinho (MG). Analistas alertam, no entanto, que as incertezas ainda são grandes.

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Em meio à pressão do governo federal, acionistas e agências de risco, a Vale decidiu cortar 10% da produção anual de minério de ferro por até três anos para acabar com dez barragens similares à que rompeu no município mineiro.

Com a decisão, a empresa terá de cortar até em 40 milhões de toneladas por ano da produção de minério. O processo vai custar R$ 5 bilhões à companhia.

+ Vale diz que pretende se defender 'de forma vigorosa' de ação nos EUA

O plano foi apresentado ao governo federal e anunciado na noite desta terça-feira (29).

"Esse é um plano de ação, uma resposta cabal da companhia à altura dessa enorme tragédia em Brumadinho", disse o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, após reunião com os ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e com o de Meio Ambiente, Ricardo Salles, em Brasília.

A princípio, os investidores parecem ter reagido bem às medidas. A Vale chegou a perder mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado na segunda-feira (28), primeiro dia com pregão na Bolsa de São Paulo após o desastre de sexta-feira (25).

O mercado vem sofrendo para tentar precificar incertezas com o impacto financeiro da tragédia na produção de curto e médio prazo da empresa e os processos judiciais que a Vale pode enfrentar.

O anúncio desta terça ajuda a mitigar preocupações ao menos em relação ao primeiro ponto, avalia a XP Investimentos em relatório. 

+ Ações da Vale têm alta após tombo da véspera e ajudam a sustentar Bolsa

"Conservadoramente, mantivemos nosso preço de minério de ferro estável em US$ 65/t para os anos em referência. Entretanto, acreditamos que a redução de 40mt/ano na oferta global de minério pode sustentar os preços em níveis superiores a este. Como referência, o preço se encontra atualmente em US$ 79/t", disse.

A decisão da Vale, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, reverberou lá fora. "O mercado interpretou isso como uma redução na oferta de minério em nível global. Com isso, o contrato futuro do minério de ferro disparou 8% na China, para o maior nível em mais de um ano", destacou a corretora Rico.

A Vale é a principal fornecedora mundial de minério de ferro de baixo teor de alumínio, preferido pelas usinas siderúrgicas chinesas devido a seu baixo nível de impurezas, uma vez que a China está em meio a uma campanha contra a poluição.

Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, destacou em nota que as ações da Vale contam ainda "com a complacência dos gestores, que acreditam que o atual nível de preços representa uma oportunidade de ganhos atraente."

Considerando os fundamentos, porém, ele diz que não está claro se a redução da produção da empresa e os custos para a desativação das barragens está completamente refletido nos preços atuais dos papéis da companhia.

"Apesar da melhora da imagem da empresa junto ao mercado, o cenário para as ações da empresa continua extremamente desafiador."

+ Justiça mantém bloqueio de R$ 10 bilhões da Vale

Para a XP, a queda de mais de 20% nas ações da Vale após a tragédia "parece já refletir parte relevante dos riscos", afirmou ao justificar a manutenção da recomendação de compra dos papéis da mineradora.

"No curto prazo, uma série de incertezas ainda permanecem, e sugerimos cautela", ponderou.

Também em relatório, o banco suíço UBS disse que, durante reuniões com investidores nos Estados Unidos nesta semana, houve alerta para o risco de saída de capital da companhia, já que duas das três principais agências de classificação de risco podem tirar da Vale o selo de "grau de investimento", obrigatório para alguns fundos investirem em empresas.

Até agora, a Fitch cortou a nota para o último degrau que garante o selo de bom pagador, enquanto Moody's e Standard & Poor's colocaram o rating em revisão para rebaixamento. Com informações da Folhapress.

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