Líder do PSL diz que presidente é Jair e defende ajuste com fillho

Major Olímpio (SP) disse que é preciso distinguir a defesa que Carlos faz do pai das atribuições do Palácio do Planalto

© Roque de Sá/Agência Senado

Política Senado 14/02/19 POR Folhapress

A atuação do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, tem provocado críticas de integrantes da base aliada do governo em meio à crise com o esquema revelado pela Folha de S.Paulo de candidaturas laranjas do PSL.

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Reservadamente, parlamentares criticaram nesta quinta-feira (14) as postagens feitas por Carlos na quarta (13) em que disse que o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) mentiu ao afirmar que conversou três vezes com seu pai e divulgou um áudio em que Bolsonaro diz que não falaria com o auxiliar. As críticas foram reproduzidas pelo próprio presidente em rede social.

Líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), afirmou ser preciso ajustes na relação para distinguir a defesa que Carlos faz do pai das atribuições do Palácio do Planalto.

"Carlos é um particular amigo. Eu o respeito. Algumas atitudes podem ser tomadas de filho em relação ao pai. É simplesmente ajustar a sintonia e se distinguir o que é a defesa, uma manifestação em função do pai, e quais são as atividades, as competências e o tamanho da responsabilidade da Presidência da República", afirmou Olímpio.

O senador disse que Bebianno tem a confiança do chefe do Palácio do Planalto e, ao ser confrontado com a indicação de que o mesmo não ocorre com o ministro em relação a Carlos, disse que "quem foi eleito presidente da República se chama Jair Bolsonaro".

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Soraya Thronicke (PSL-MS), uma das quatro integrantes da bancada do partido de Bolsonaro no Senado, minimizou o problema enfrentado pelo governo Jair Bolsonaro.

"Crise de governo nós não temos. O que a gente pode ter são pessoas, seres humanos", afirmou a parlamentar.

A oposição não concorda e quer convocar Bebianno já na semana que vem a dar explicações em comissões da Casa.

"Se tem alguma dúvida em relação ao seu ministro, deve tomar providências de demitir ou de apurar as graves denúncias que pesam contra ele. O presidente tem uma tão famosa caneta BIC, que a utilize", disse o líder da Minoria, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Randolfe também criticou a atuação de Carlos como porta-voz extraoficial do pai.

"Acho que o governo tem que começar e o presidente poderia tomar algumas providências básicas para isso. A primeira delas é separar a família do Palácio do Planalto, lugar de governo. A família, no máximo, trata as coisas no Palácio da Alvorada. Ou então o presidente arque com o ônus de nomear o seu filho, vereador no Rio de Janeiro, para algum cargo no governo", afirmou o senador.

"O povo brasileiro, em sua maioria, e nós da oposição reconhecemos, elegeu no último outubro Jair Bolsonaro. Não me consta que tenha eleito, e muito menos que tenha sido nomeado porta-voz do governo, o senhor Carlos Bolsonaro", afirmou.

A Folha de S.Paulo revelou nesta semana um esquema de candidaturas laranjas do PSL nas eleições de 2018, quando Bebianno estava no comando do partido.

Em entrevista ao Jornal da Record na noite de quarta-feira, Bolsonaro admitiu a possibilidade da saída de Bebianno.

O presidente afirmou ainda que determinou à Polícia Federal que investigue o caso e que deu carta branca ao ministro Sergio Moro (Justiça).

Reportagem da Folha de S.Paulo de domingo (10) revelou que o grupo do atual presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), criou uma candidata laranja em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição. O dinheiro foi liberado por Bebianno.

Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos.

A candidatura laranja virou alvo da Polícia Federal, da Procuradoria e da Polícia Civil.

Nesta quarta, a Folha de S.Paulo revelou ainda que Bebianno liberou R$ 250 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro para uma gráfica registrada em endereço de fachada. O ministro nega qualquer irregularidade.

Nesta quinta, a Folha de S.Paulo mostrou que a ata de uma reunião da Executiva Nacional do PSL realizada em 11 de julho do ano passado mostra que o partido do presidente definiu Gustavo Bebianno, então presidente interino da sigla, como o responsável pela distribuição de verbas públicas a candidatos nos estados na eleição de 2018.

O encontro também decidiu os critérios eleitorais que deveriam balizar os repasses dos fundos de campanha. Com informações da Folhapress.

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