Plano de remoção de lama da Vale prevê ações até julho no rio Paraopeba

A mineradora prevê um cronograma de ações no rio Paraopeba pelo menos até 5 de julho

© Reuters

Brasil minas gerais 20/02/19 POR Folhapress

Para conter os estragos do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), a Vale entregou ao Governo de Minas Gerais um plano que prevê a instalação de diques para o escoamento do restante da lama, uso de maquinário pesado e ações pelo menos até julho no rio Paraopeba.

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Uma barragem de rejeitos de minério de ferro da Vale se rompeu em 25 de janeiro, deixando pelo menos 169 mortos, além de 141 desaparecidos.

O documento, ao qual a reportagem teve acesso, foi entregue por Gleuza Jesué, gerente executiva de gestão ambiental da mineradora, à Semad (secretaria de meio ambiente de MG), em 8 de fevereiro. O plano tem duas etapas: a retirada da lama no bairro do Córrego do Feijão, a região mais próxima à barragem que foi destruída, e a dragagem e contenção da lama no rio Paraopeba.

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No documento recebido pelo governo mineiro, a mineradora prevê um cronograma de ações no rio Paraopeba pelo menos até 5 de julho, "com previsão de extensão do prazo em razão da necessidade." À reportagem, a mineradora preferiu não dar um prazo. Disse que "as ações a serem realizadas e o cronograma de trabalho estão em processo de definição."

Segundo o plano da Vale, a mancha da lama é perceptível por uma extensão de 36 quilômetros ao longo do rio. Depois, diz a empresa, "presume-se que apenas a fração de rejeitos ultrafinos permaneçam na calha do rio, formando uma pluma que avance conforme a velocidade do Paraopeba, prejudicando a qualidade da água e consequentemente seus usuários, fauna e flora."

Em boletim desta terça-feira (19), o Serviço Geológico do Brasil, do governo federal, diz que a mancha da lama, na verdade, vai pelo rio até 147 quilômetros de distância do rompimento da barragem.

A Vale diz que vai remover galhos e materiais grosseiros, como areia e pedras, com uma escavadeira anfíbia, que serão estocados temporariamente em área de preservação permanente do rio Paraopeba e depois enviados à fazenda Iracema, de propriedade da Vale, que fica na região do Córrego do Feijão.

O rejeito de minério de ferro que for dragado do rio será confinado em tubos na fazenda Iracema, propriedade da empresa na região. Questionada sobre se o rejeito poderia contaminar o solo da região, a mineradora respondeu que o armazenamento é seguro, porque "se trata de um material resistente e que será instalado sobre um tapete drenante. O rejeito, após desidratado, adquire forma sólida e não possui contaminantes. Ao final, será feita uma cobertura dos geotubos com solo compactado e plantio de espécies locais, de forma que os mesmos ficarão encapsulados (protegidos de intempéries)."

O plano prevê que, "no caso de aparecimento de corpos, os Bombeiros serão acionados". Além disso, se surgirem eletrodomésticos, móveis e até veículos nos rios, os objetos serão entregues aos donos, se identificados, diz o texto.

A mineradora pretende instalar uma estação de tratamento de água na fazenda Iracema para tratar a água do córrego Ferro-carvão, que deságua no Paraopeba e foi assoreado pelo desastre -o córrego será desviado para lá por uma caixa de metal instalada em sua margem esquerda.

Segundo o documento entregue, existe uma "expressiva atividade" de extração de areia para a construção civil na região, que foi paralisada desde a tragédia.

Na região mais próxima à barragem, onde a lama se sedimentou, a Vale prevê remover os rejeitos com escavadeiras hidráulicas, pás mecânicas e caminhões. Segundo o Corpo de Bombeiros de MG, isso não afeta a busca por corpos, porque a Vale só atua em locais autorizados pela corporação.

Para evitar que mais lama escorra com chuvas, a mineradora vai construir um dique na região destruída, com rochas de pedreiras de Betim.

Um segundo dique estava previsto, mas a Vale desistiu da ideia porque interviria em imóveis que não foram atingidos, o que demandaria negociação com seus proprietários.

Além disso, a Vale precisa recuperar o acesso à rodovia LMG-813, que foi destruída, com a construção de uma ponte metálica.

Há quatro dutos da Petrobras na região, dois de óleo bruto, um de gás e um de fibra ótica, o que gerou preocupação na estatal, que enviou técnicos até o local ver se suas estruturas poderiam ser comprometidas com as obras da Vale. Com informações da Folhapress.

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