Baixo Augusta reúne multidão e grita contra Bolsonaro em SP

Fantasias ironizando fala da ministra Damares Alves eram febre entre foliões

© REUTERS/Amanda Perobelli

Cultura pré-Carnaval 24/02/19 POR Folhapress

GUILHERME SETO - SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dos maiores blocos carnavalescos da cidade, o Acadêmicos do Baixo Augusta iniciou seu desfile às 16h15 deste domingo (24) de pré-Carnaval. As duas vias da Consolação foram fechadas para o cortejo da agremiação, que reuniu uma multidão de foliões para acompanhar os três trios do grupo.

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No ano passado, o bloco levou um milhão de pessoas para a Consolação, segundo balanço de seus organizadores. Em 2019, ainda sem uma estimativa até o momento, uma multidão de proporção similar se espremeu para extravasar ao som de Wilson Simoninha, Maria Rita e Mariana Aydar.

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Conhecido por desfiles com pegada política, o bloco inspirou-se na música do grupo de rock brasiliense Legião Urbana para escolher o tema do desfile de 2019 -"Que País é Esse?". Dessa forma, no evento que marcou os 10 anos de existência do bloco, seus integrantes quiseram marcar posição contra o autoritarismo que, segundo analisam, tem sido estimulado recentemente no Brasil.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi o principal alvo. A multidão entoou "ei, Bolsonaro, vai tomar no ..." e recebeu acompanhamento da bateria. Aydar e Simoninha puxaram gritos de "ele não" e "ele nunca".

As fantasias dos presentes também assumiram o discurso político. A publicitária Maria Sgarbi, 24, foi com um collant rosa em que se lia "pink money".

"É o dinheiro do público LGBT, que bomba artistas como Anitta, Valesca Popozuda, entre outros, e também pode deixá-los a partir do momento que essas causas sejam desrespeitadas", explica.

O que mais se viu, em termos de fantasias, foram homens vestidos de rosa e mulheres, de azul, em referência à fala da ministra Damares Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de que cada gênero deve usar uma cor específica de roupas.

Um dos fundadores do grupo foi o empresário e produtor cultural Alê Youssef, que assumiu o cargo de secretário da Cultura de São Paulo em meados de fevereiro, no lugar de André Sturm. O bloco teve papel fundamental na retomada do Carnaval de rua da cidade, participando ativamente desde 2009.

A setlist do bloco foi cheia de subtexto político, especialmente com exaltação à diversidade.

Passando por samba, frevo, axé e rock, cantaram a esperança de novos tempos com Cartola ("Juízo Final"), falaram da força feminina ("Frevo Mulher"), fizeram o elogio à diferença ("Bichos Escrotos", dos Titãs) e ironizaram os machões ("Cara Valente").

Por volta das 18h, quando o bloco encontrava-se em frente ao cemitério da Consolação, começou a chover. Alguns dos presentes começaram a deixar o local para escaparem dela, que não durou mais que 15 minutos.

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