Novo titular da Lava Jato estreia com discrição e se diferencia de Moro

Ao contrário do antecessor, Luiz Antônio Bonat se dirigiu aos advogados como "ilustres defesas" e "vossa excelência", e à representante do MPF como "douta procuradora da República"

© Divulgação/TRF-4

Política Troca 08/03/19 POR Folhapress

ESTELITA HASS CARAZZAI - CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Em sua primeira audiência como juiz titular da Operação Lava Jato, o magistrado Luiz Antônio Bonat, 64, que assumiu a vaga de Sergio Moro na Justiça Federal do Paraná, ouviu três testemunhas, em evento sem sobressaltos nesta quinta-feira (7).

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O juiz, que assumiu o cargo na quarta (6), conduziu a audiência por cerca de três horas e meia, quando foram ouvidas testemunhas de acusação do processo que julga desvios na construção da sede da Petrobras em Salvador.

Durante o procedimento, Bonat se dirigiu aos advogados presentes como "ilustres defesas" e "vossa excelência", e à representante do MPF como "douta procuradora da República" - deferências que normalmente não eram feitas por Moro.

O magistrado também fez jus à fama de discrição. Apesar de a audiência ter sido realizada numa sala especial, em função do grande número de réus do processo (são 42), ele não permitiu a entrada da imprensa nem de observadores externos.

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Advogados ouvidos pela reportagem elogiaram o juiz e afirmaram que ele conduziu o ato com serenidade e educação e fez pouquíssimas intervenções.

Bonat não interrompeu as perguntas da procuradora Isabel Groba Vieira, por exemplo, tampouco dos advogados. Não se manifestou nem mesmo quando caiu a conexão de uma videoconferência com uma das testemunhas -o que ocorreu por duas vezes.

O juiz também não quis fazer perguntas ao doleiro Alberto Youssef, primeira testemunha interrogada na audiência, nem à auditora fiscal Ana Paula Souza da Silva.

Ele interpelou apenas o ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio da Silva, que era um dos responsáveis pelo setor de propinas da companhia.

Bonat fez três breves perguntas: quem eram os líderes empresariais do grupo que fizeram pedidos de pagamentos de propina a ele; com quem ele conversou para a realização desses pagamentos; e quais eram os recebedores da propina no caso específico de um réu, o publicitário Valdemir Garreta, que trabalhou em campanhas do PT.

O magistrado é juiz federal há 25 anos, e assumiu a titularidade da 13ª Vara Federal de Curitiba após um concurso interno, cujo critério de seleção era a antiguidade.

A próxima audiência de Bonat à frente da Lava Jato será nesta sexta-feira (8), no mesmo processo. Serão ouvidas quatro testemunhas, entre elas, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o delator da Odebrecht Benedicto Barbosa Júnior.

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