Bolsonaro e Abdo defendem alianças comerciais e criticam Maduro

Revisão de cláusulas financeiras envolvendo a usina de Itaipu foi um dos temas tratados

© REUTERS/Ueslei Marcelino

Política Encontro 12/03/19 POR Folhapress

TALITA FERNANDES, RICARDO DELLA COLETTA E GUSTAVO URIBE - BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em encontro no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro e sua contraparte paraguaio, Mario Abdo, discutiram nesta terça-feira (12) a revisão de cláusulas financeiras envolvendo a Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu e a construção de pontes que vão ligar os dois países na região de Foz do Iguaçu.

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Os dois tiveram um encontro reservado na manhã desta terça e depois participaram de uma reunião estendida, com a presença de ministros dos dois países.

+ Bolsonaro recebe presidente do Paraguai no Palácio do Planalto

Após a conversa, eles deram declarações à imprensa exaltando a importância das relações comerciais entre os vizinhos.

"O Paraguai tem uma economia que se complementa com a economia brasileira, como países que possamos desenvolver mutuamente gerando produtividade", afirmou o paraguaio.

Já Bolsonaro, disse que "se Deus quiser", visitará o Paraguai para inauguração "de uma das pontes que construiremos juntos melhorando a relação comercial".

Os dois não deram detalhes sobre a revisão de cláusulas financeiras de um contrato da Usina de Itaipu, que vence em 2023.

Entre os temas tratados estão, a construção de pontes que unem os dois países, acordos comerciais e de combate à corrupção e o apoio a Juan Guaidó.

Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Guaidó se autoproclamou presidente do país e busca apoio dos EUA e de países latino-americanos para por fim ao governo do ditador Nicolás Maduro.

Abdo reforçou em sua fala a importância de defesa de valores como liberdade e democracia e se referiu em especial à situação da Venezuela.

"A defesa de valores e princípios e da defesa da democracia é que é o grande desafio da liderança que hoje está à frente da condução dos nossos povos", afirmou.

Bolsonaro chamou o presidente paraguaio de "meu irmão Marito" e disse que eles têm muitas coisas em comum.

Além de comandarem governos de direita e pautas conservadoras, os dois compartilham de formação militar. Ambos são paraquedistas e egressos das Forças Armadas.

"Meu irmão Marito, temos muita coisa em comum: a política e também no tocante a costumes, valores familiares, a queremos o Brasil e o Paraguai fortes e pujantes e estamos tratando de questões de interesses dos nossos países para que juntos possamos sim progredir e trazer felicidade para nossos povos."

Bolsonaro disse ainda que, além de Itaipu, os dois países vão discutir o combate ao crime organizado, a questão de exilados e disse que o Brasil "não dará asilo para terroristas ou qualquer outro bandido escondido aqui como refugiado político".

Após o encontro, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota em que os dois presidentes comemoram o "excelente momento em que se encontram as relações entre Brasil e Paraguai".

De acordo com o texto, os chefes de Estado trataram de uma cooperação bilateral no combate ao crime organizado transnacional e "comprometeram-se a intensificar ainda mais os contatos entre autoridades de segurança e inteligência para aprimorar a coordenação, com vistas à eliminação das organizações criminosas que atuam em ambos os países".

O Itamaraty informou ainda que Bolsonaro agradeceu o empenho do Paraguai em dar maior celeridade aos trâmites de expulsão daquele país de criminosos brasileiros de alta periculosidade e de sua entrega à Polícia Federal brasileira.

Sobre Itaipu, há uma previsão no acordo firmado à época da construção, em 1973, de revisão de cláusulas financeiras em 2023.

Após quase 50 anos de parceria entre Brasil e Paraguai, caberá a Bolsonaro renegociar o contrato da usina hidrelétrica, a segunda maior do mundo e responsável por 15% de toda a energia consumida no Brasil.

O resultado poderá afetar a conta de luz dos brasileiros e, no extremo, a oferta de energia do país. Pelo acordo, o Paraguai tem direito a metade da produção da usina.

Sobre o assunto, o Itamaraty informou que os dois presidentes "concordaram que as futuras negociações com vistas à revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu devem orientar-se pelo mesmo espírito de entendimento construtivo que tem caracterizado esse importante projeto binacional".

Na próxima semana, eles devem ter um novo encontro em Santiago, no Chile, para discutir a criação do Prosul, organismo internacional para se contrapor à Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e isolar ainda mais o regime de Maduro na região.

O encontro contará com a participação de outros presidentes sul-americanos.

A cúpula do Prosul foi convocada pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, e está programada para 22 de março, em Santiago.

A criação do órgão é uma ideia encabeçada por Piñera, que ainda em janeiro convidou Bolsonaro a se incorporar ao grupo. Outro defensor da proposta é o presidente da Colômbia, Iván Duque.

A proposta chilena -que agrada o Brasil- é que o Prosul seja um órgão flexível, sem sede nem orçamento. A Presidência do fórum seria revezada entre os países membros a cada ano.

Com a criação do órgão, a Unasul, criada em 2008 por expoentes da esquerda na América do Sul -os ex-presidentes Lula, Hugo Chávez (Venezuela) e Cristina Kirchner (Argentina)-, ficaria esvaziada.

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