Dupla comprou pela internet armas brancas usadas em Suzano

A polícia incluiu os recibos entre o material apreendido

© Ueslei Marcelino/Reuters

Justiça MASSACRE 15/03/19 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os autores do massacre na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, Grande São Paulo, na quarta-feira (13), compraram armas brancas e outros objetos usados no dia do ataque na plataforma Mercado Livre, que agrega diversos vendedores.

PUB

+ Promotores investigam ligação de massacre em Suzano com radicais

A polícia incluiu os recibos entre o material apreendido. Nele, também há alvos onde os autores do crime praticaram tiro e uma fantasia de personagem de quadrinhos que representa a morte. A lista traz uma embalagem com etiqueta do Mercado Livre referente à compra de um arco e flecha (os criminosos usaram uma besta, espécie de arco, durante o crime).

Ao menos quatro comprovantes de pagamento do site de vendas online foram achados. A plataforma afirmou lamentar o episódio e que vai colaborar com as autoridades. Entre as armas brancas encontradas, além do arco, está uma machadinha e um machado, um deles usado para atacar alunos da escola, além de jet loaders (objeto para recarregar o revólver calibre 38).

A venda dessas armas não é ilegal, mas a de jet loaders é regulamentada por lei. Há ao menos 11 telefones celulares, quase todos relacionados a Guilherme. O material inclui uma série de acessórios: bandana de caveira, luvas e coturnos militares. Também há uma peça de um personagem de quadrinho em que um caderno tem o poder de matar as pessoas cujos nomes foram escritos nele.

Além disso, há um caderno de capa dura com anotações de Guilherme. O material deve ser analisado pela polícia. O Mercado Livre emitiu nota afirmando que "compartilha da indignação e da tristeza diante do massacre. "Consternados com a informação de que itens utilizados nesta ação poderiam ter sido adquiridos em nossa plataforma, fizemos contato com as autoridades policiais e colocamo-nos à disposição para colaborar com a investigação", afirma o comunicado.

O site afirmou repudiar o uso ilícito desses equipamentos. Segundo a empresa, os termos e condições de uso do site estão de acordo com a legislação brasileira e os anúncios trazem um botão de denúncia -todas são analisadas e se houver infração o anúncio é removido.

Armas como a besta podem disparar setas com velocidade de até 400 km/h, e são encontradas facilmente à venda na internet. Os valores vão de pouco mais de R$ 100 até R$ 3.000, para os modelos mais sofisticados. Machadinhas usadas por militares também são facilmente adquiridas em lojas virtuais.

A atividade da dupla na internet também é investigada pela Promotoria. Computadores foram apreendidos e apura-se se os dois participavam de grupos de discussão ligados a terroristas na chamada internet profunda, em que a troca de mensagens ocorre sob pesada criptografia, sem acesso por sites de busca e com monitoramento mais difícil.

"Não podemos descartar nenhuma área de investigação, e devemos traçar medidas preventivas para que esse tipo de crime não volte a ocorrer", disse o procurador-geral do estado, Gianpaolo Poggio Smanio.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

lifestyle Câncer Há 22 Horas

10 sintomas de câncer que muitas vezes passam despercebidos

fama Luto Há 15 Horas

Morre Anderson Leonardo, vocalista do Molejo, vítima de câncer

esporte Brasil Há 19 Horas

Estátua de Daniel Alves em Juazeiro vai ser retirada; entenda

fama Emergência Médica Há 23 Horas

Cantor Anderson Leonardo, tem piora, e seu estado de saúde é grave

fama Redes Sociais Há 16 Horas

Livian Aragão, filha de Didi, sugere plágio e leva invertida na web

economia Reforma Tributária Há 23 Horas

Texto da reforma tributária traz lista de profissões que terão imposto menor

mundo Vaticano Há 23 Horas

Hospital britânico desiste de tratar bebê e Itália intervém para ajudar

mundo Antártida Há 16 Horas

Vulcão ativo na Antártida expele pequenos cristais de ouro

fama CAMILA-MOURA Há 20 Horas

Camila Moura bate recorde no Instagram e agradece aos fãs

politica STF Há 23 Horas

Após 21 anos, Supremo forma maioria para consolidar poder de polícia do MP