À PF, presidente e diretor da Vale dizem que desconheciam riscos

Fábio Schvartsman e Peter Poppinga foram ouvidos em inquérito sobre o rompimento da barragem

© REUTERS/Washington Alves

Brasil Tragédia 15/03/19 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Em depoimentos à Polícia Federal nos últimos dias, o presidente afastado da Vale, Fábio Schvartsman, e o ex-diretor Peter Poppinga disseram que desconheciam riscos na barragem de Brumadinho.

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Os dois foram ouvidos em inquérito sobre o rompimento do reservatório, que matou ao menos 203 pessoas -há ainda 105 desaparecidos.

Poppinga disse que teria demitido funcionários se tivesse sabido dos fatos apurados na investigação e Schvartsman afirmou que a Vale deve ser punida se tiver culpa no ocorrido.

Os dois entregaram seus passaportes à Polícia Federal, apesar de não ter havido decisão judicial que determinasse a entrega.

O inquérito deve ser finalizado nos próximos dias, segundo apurou a reportagem.

Na oitiva, Poppinga afirmou que desconhecia questões detalhadas da barragem, mas que, se soubesse dos fatos que estão na investigação, de pressão nas empresas que fazem auditoria, teria demitido os funcionários e teria evacuado o local.

A força-tarefa que investiga o caso diz que os responsáveis pela segurança pressionaram a empresa alemã Tüv Süd a atestar a estabilidade da barragem.

+ Reparação da tragédia de Mariana tem orçamento de quase R$ 3 bilhões

Antes, segundo as investigações, teriam dispensado a belga Tractebel, que se recusara a emitir a declaração que certifica a segurança da estrutura.

Poppinga era diretor da área de Ferrosos, sob a qual está a mina de Brumadinho. Ele é também réu no inquérito que investiga o rompimento da barragem da Samarco em Mariana, em 2015 -o executivo ocupava vaga no conselho de administração da empresa.

Já Schvartsman disse a investigadores que não sabia de nada sobre a segurança da barragem. Ele e Poppinga se afastaram da gestão da empresa no início de março, atendendo a recomendação da força-tarefa.

O presidente afastado afirmou que teria evacuado imediatamente o local se tivesse sido orientado sobre os riscos. Grande parte das vítimas estava em instalações da empresa que ficam próximas à barragem.

Schvartsman disse também que foi infeliz a frase que disse na Câmara dos Deputados, em 14 de fevereiro, de que a Vale é uma joia brasileira e que não deveria ser condenada. A declaração foi dada em comissão externa da Câmara, em Brasília.

Ele disse, agora, que deve haver responsabilização da empresa cível e criminalmente se comprovada a culpa, assim como no caso de técnicos e funcionários que tenham agido ou deixado de agir para evitar a queda da barragem.

Com o afastamento de Schvartsman, o comando da mineradora foi assumido pelo diretor Eduardo Bartolomeo.

Outros dois diretores também deixaram seus cargos: Lúcio Cavalli, da área de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão; e Silmar Magalhães, que cuidava das operações daquela região.

Na última sexta (8), também a pedido da força-tarefa, a Vale afastou mais dez funcionários, incluindo o gerente da Mina Córrego do Feijão, onde está a barragem, Rodrigo Artur Gomes de Melo, e técnicos responsáveis por segurança de barragens.

Nesta quinta (14), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou novamente a soltura de 13 pessoas investigadas pela força-tarefa. O grupo inclui funcionários da Vale e da Tüv Süd.

Eles haviam sido presos pela segunda vez nesta quinta. Parte deles foi presa pela primeira vez no dia 29 de janeiro e outra parte, em 15 de fevereiro. Todos, porém, conseguiram habeas corpus para deixar a cadeia.

Procurada, a Vale não se manifestou. A PF também não respondeu. Com informações da Folhapress.

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