Livros didáticos vão negar golpe militar e ditadura, afirma ministro

Segundo Vélez, o golpe em 31 de março de 1964 foi "uma decisão soberana da sociedade brasileira" e a ditadura um "regime democrático de força"

© Andre Sousa/MEC.

Brasil MEC 04/04/19 POR Folhapress

 

PUB

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou que serão feitas mudanças no conteúdo dos livros didáticos do país no que diz respeito ao golpe militar de 1964 e a ditadura que se seguiu durante 21 anos.

Para o ministro, não houve golpe, e o regime militar não foi uma ditadura. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Valor Econômico. "Haverá mudanças progressivas [no conteúdo dos livros didáticos] na medida em que seja resgatada uma versão da história mais ampla", afirmou Vélez.

Após ataque, alunos de Suzano têm aulas vagas e falta de apoio

"O papel do MEC é garantir a regular distribuição do livro didático e preparar o livro didático de forma tal que as crianças possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história."

Segundo o ministro, o golpe em 31 de março de 1964 foi "uma decisão soberana da sociedade brasileira" e a ditadura um "regime democrático de força".

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), já tinham manifestado intenção semelhante, propondo uma revisão histórica do período em livros didáticos. "Um povo sem memória é um povo sem cultura, fraco. Se continuarmos no nosso marasmo os livros escolares seguirão botando assassinos como heróis e militares como facínoras", escreveu Eduardo em rede social, em janeiro.

A entrevista do ministro ao Valor é apenas mais uma polêmica envolvendo diretrizes da Educação no governo Bolsonaro.

O governo já tinha feito mudanças em edital para compra de livros didáticos que deixavam de exigir referências bibliográficas, abrindo brechas para erros e revisionismos. Pressionado, Bolsonaro recuou.

Eduardo já tinha dito também que os professores do ensino médio não deveriam ensinar sobre o feminismo.

Logo após vencer a eleição presidencial, Jair Bolsonaro falou que tomaria conhecimento do conteúdo da prova do Enem antes do exame. O presidente havia contestado algumas perguntas da prova de 2018, segundo ele, com "questões menores" –acerca de diversidade sexual. Vélez deu aval ao presidente para ter acesso à prova antes de sua realização, o que desafia critérios técnicos e de segurança do exame.

Em meio às polêmicas relacionadas ao conteúdo, o Ministério da Educação passa por uma crise envolvendo seus servidores, divididos entre os de perfil técnico, oriundos em sua maioria do Centro Paula Souza, os indicados por militares e os indicados por Olavo de Carvalho, guru intelectual de Bolsonaro.

O racha resulta em uma série de demissões e desencontros na pasta.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama A Grande Conquista 2 Há 11 Horas

Ex-Polegar pega faca durante discussão e é expulso de reality

politica Arthur Lira Há 12 Horas

Felipe Neto é autuado por injúria em inquérito aberto a pedido de Arthur Lira

mundo Posição de Lótus Há 13 Horas

O misterioso caso da múmia escondida em estátua de Buda

fama GISELE-BÜNDCHEN Há 13 Horas

Gisele Bündchen recebe apoio de prefeito após chorar durante abordagem policial nos EUA

lifestyle Signos Há 14 Horas

Quatro signos que nasceram para serem famosos

fama Iraque Há 11 Horas

Influencer iraquiana é morta a tiros em Bagdá

brasil Santa Catarina Há 13 Horas

Homem morre após ser atacado por quatro pitbulls em quintal de casa em SC

fama SAMARA-FELIPPO Há 8 Horas

Filha de Samara Felippo é alvo de racismo em escola, diz site

economia REINHART-KOSELLECK Há 11 Horas

Quem é o historiador lido por Haddad após bronca de Lula

brasil MORTE-SP Há 7 Horas

Morte de jovem após deixar sauna gay causa pânico; relembre histórico